ATA DA QUARTA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 10-02-2014.
Aos dez dias do mês de
fevereiro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Fernanda Melchionna,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mônica Leal, Pedro Ruas, Professor Garcia,
Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Delegado Cleiton,
Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Derly, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins
Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Sofia Cavedon e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 375/13 (Processo nº 3384/13), de autoria do
vereador Alceu Brasinha. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde, emitidos nos dias trinta e um de janeiro e três
de fevereiro do corrente. Após, foram apregoados Requerimentos de autoria dos
vereadores Clàudio Janta e Engº Comassetto, solicitando Licença para Tratamento
de Saúde, respectivamente do dia três ao dia sete de fevereiro do corrente e no
dia seis de fevereiro do corrente. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se o
vereador Professor Garcia. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se o vereador
Bernardino Vendruscolo e a vereadora Any Ortiz, esta em tempo cedido pelo
vereador Cassio Trogildo. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de
autoria da vereadora Séfora Mota, solicitando Licença para Tratamento de Saúde
nos dias de hoje e amanhã. Também, por solicitação dos vereadores Márcio Bins
Ely e Professor Garcia, foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma
a Nelson Nikolaevsky, “Nico Nikolaevsky”, e a Gilberto Amaro do Nascimento,
“Giba Giba”, falecidos, respectivamente, no dia de ontem e no dia três de
fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Paulinho
Motorista, Tarciso Flecha Negra, Jussara Cony, Fernanda Melchionna, Alberto
Kopittke, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Kevin Krieger, Airto Ferronato,
Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Idenir Cecchim e Mario Manfro. Às dezesseis
horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 096/11 (Processo nº 2395/11), após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Sofia Cavedon,
Reginaldo Pujol, Alceu Brasinha e Airto Ferronato. Foi rejeitada a Emenda nº 01
aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 096/11, por dez votos SIM, treze
votos NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador
Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino
Vendruscolo, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra, votado Não os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mario Manfro, Nereu
D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e
optado pela Abstenção os vereadores Delegado Cleiton, Lourdes Sprenger e Márcio
Bins Ely. Foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 096/11, por dez
votos SIM, quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo
vereador Márcio Bins Ely, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke,
Bernardino Vendruscolo, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra,
votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, este com Declaração de Voto, e Waldir
Canal e optado pela Abstenção o vereador Delegado Cleiton. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 023/13 (Processo nº
2207/13). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 175/13 (Processo nº 1748/13), após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Elizandro Sabino, Kevin Krieger, Sofia Cavedon, Nereu D'Avila
e Idenir Cecchim. A seguir, foi apregoado Termo firmado pelo vereador Alberto
Kopittke, renunciando ao cargo de 1º Vice-Presidente da Mesa Diretora da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Ainda, foi apregoado Termo firmado pelo vereador
Alberto Kopittke, Vice-Líder da Bancada do PT, indicando o vereador Mauro
Pinheiro para o cargo de 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre. Também, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Cassio
Trogildo, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares, do
dia dezessete ao dia vinte e seis de fevereiro do corrente. Em Votação, esteve
a Indicação nº 003/14 (Processo nº 0302/14), a qual, após ser encaminhada à
votação pelos vereadores Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim,
Bernardino Vendruscolo, João Derly, Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Márcio Bins
Ely, Tarciso Flecha Negra, Pedro Ruas e Mario Fraga, teve suspensa sua votação
em face da inexistência de quórum. Na ocasião, foi votado Requerimento de
autoria do vereador Pedro Ruas, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da
votação da Indicação nº 003/14, o qual obteve onze votos SIM, em votação
nominal solicitada pelo vereador Pedro Ruas, tendo votado os vereadores Airto
Ferronato, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Jussara Cony, Kevin
Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mônica Leal, Pedro Ruas, Reginaldo
Pujol e Sofia Cavedon.
Durante a Sessão, os vereadores Mario Fraga, Idenir Cecchim, Alberto Kopittke,
Reginaldo Pujol, Jussara Cony, Engº Comassetto, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Fernanda Melchionna, Bernardino Vendruscolo, Mauro Pinheiro e Nereu
D'Avila manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e
quarenta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária
da próxima quarta-feira, à
hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor
Garcia e Guilherme Socias Villela e secretariados pelo vereador Guilherme
Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no período de 3 a 7 de fevereiro.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no dia 6 de fevereiro.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver. Guilherme Socias Villela, solicito que V. Exa. ocupe a presidência
dos trabalhos para que este Vereador possa utilizar o Tempo de Presidente.
(O Ver.
Guilherme Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Tempo de Presidente.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Villela;
colegas Vereadores; colegas Vereadoras; público que nos assiste, venho ocupar
esta tribuna, e acordei isso hoje na nossa reunião de Mesa e Lideranças, para
dizer, de público, e muitos não ouviram, não viram, e é sempre bom mais
esclarecimentos, das ações da Câmara Municipal em relação à sua Mesa, à sua Presidência, aos seus Vereadores, em relação à greve
na cidade de Porto Alegre.
Quero dizer que, tão
logo começou a greve, recebemos um material do Partido dos Trabalhadores,
solicitando que alguns projetos fossem votados, também da Ver.ª Lourdes
Sprenger, requerendo uma comissão de acompanhamento da greve, bem como
recebemos, no dia 31, por solicitação do PSOL, o comando de greve. E naquela
reunião, que foi numa sexta-feira à tarde, nós ouvimos aqui o comando de greve,
convocado, para a qual foram convidados os Vereadores. Naquela oportunidade, o
comando de greve nos falava que uma das propostas que poderia atender a
reivindicação dos trabalhadores, dos usuários, seria a catraca livre.
Naquela mesma
sexta-feira, reunimos o Sindicato dos Rodoviários, o Sr. Júlio, e o Secretário
Jarbas Franco, e havíamos falado por que estávamos fazendo reuniões em
separado, que era devido à dificuldade de colocar na mesma mesa propostas
diferentes.
A proposta do
sindicato que seria levada para a reunião seria do retorno, uma tentativa de
ficar de oito a dez dias parados e retornar às negociações. No final daquele
dia, sexta-feira, tanto o comando de greve, quanto o sindicato dos rodoviários,
saíram daqui, foram para o Tesourinha, e não houve avanço, a greve continuou.
Naquela mesma tarde,
tive a oportunidade de falar com a Desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse,
falamos da preocupação da Câmara de Vereadores, dizendo que a Câmara queria
colaborar. Ela gostou quando foi informada de que a Câmara já tinha escutado os
segmentos dos rodoviários, nos seus dois blocos: o comando de greve e o
sindicato, e temos mantido o contato, por telefone, de forma sistemática.
No dia 5 de
fevereiro, a Mesa Diretora, acompanhada por este Vereador, do 1º
Vice-Presidente, Kopittke, do segundo Vice-Presidente, Delegado Cleiton, do primeiro
Secretário, Ver. Guilherme Socias Villela, e da terceira Secretária, Any Ortiz
– 5 Vereadores da Mesa Diretora –, foram ao encontro do Presidente do Tribunal
de Contas do Estado, César Miola, e conversamos sobre a auditoria que estava
marcada para o dia 12. Colocamos a nossa preocupação, solicitando a
possibilidade de uma antecipação. O Presidente ouviu, e disse que se tivesse a
alteração, e tão logo tivesse, a Câmara Municipal de Porto Alegre seria o
primeiro órgão a ser informado.
Quero dizer que, à tarde, quando estávamos aqui,
ele ligou informando que seria antecipado para o dia 6. Nós comunicamos aos
Vereadores. E, logo depois, seu assessor de imprensa, ex-deputado Marcos Rolim,
perguntou se os Vereadores já haviam sido informados. Dissemos que sim, e ele respondeu
que, então, a imprensa seria comunicada. E foi assim que o Tribunal de Contas
do Estado procedeu.
Isso mostra que esta Câmara de Vereadores, muitas
vezes, pode parecer para alguns que ela não está agindo, mas a Câmara de Vereadores está atenta e está
agindo. Mas, também, nós sabemos das nossas responsabilidades e de nossas
limitações.
No dia 6, nós participamos da audiência, a quarta
tentativa de conciliação com o TRT, e não houve uma evolução. E, naquela
oportunidade, a Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Dra. Beatriz
Junqueira, encaminhou o ajuizamento do dissídio coletivo dos rodoviários.
Saímos do TRT e fomos para o Tribunal de Contas do
Estado, e os Vereadores que lá participaram, os que eu lembro, depois, podem me
corrigir – Ver. Kopittke, Ver.ª Fernanda, acho que éramos os três –, onde houve
toda a explanação por conta do relator do Tribunal de Contas, de onde saíram,
então, os encaminhamentos para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Hoje à tarde, nós tínhamos, novamente, uma reunião
com a Sra. Desembargadora, e cancelamos a reunião, porque recebemos, na
sexta-feira, à tarde, uma ligação por parte da diretoria do sindicato da classe patronal, onde informam que, amanhã,
às 9h30, a Mesa Diretora – grifo que é a Mesa Diretora – vai receber a classe
patronal. Nesta quinta-feira, os técnicos do Tribunal de Contas do Estado vão
estar aqui, nesta Casa, no comparecimento, para explicar o relatório que deu
base à sustentação do relator para as novas orientações à Prefeitura de Porto
Alegre. Estarão presentes o Sr. Gerson Luiz Souza da Fonseca, Auditor Público
externo, Supervisor Auditor do Município; o Sr. Airton Roberto, Auditor Público
externo; e o Diretor Arno Richter. Então, na quinta-feira, nesse
comparecimento, vão fazer uma exposição, e todos os Vereadores poderão se
manifestar, questionar e saber sobre o que o Tribunal de Contas informou ao
Prefeito.
Quero também dizer que, no dia 27 de fevereiro,
quinta-feira, o Sr. Presidente da EPTC, Cappellari, e o Márcio Sauer estarão no
comparecimento a esta Casa explicando a metodologia de atualização do cálculo
tarifário, porque nós sabemos que, tão logo haja o acordo sindical, ou a
posição que o Tribunal Regional do Trabalho vai colocar, vai haver a resolução
do Conselho Municipal sobre o valor da tarifa. Então nós convidamos o Sr
Cappellari, Presidente da EPTC, que vai explicar aos Vereadores a metodologia
de atualização do cálculo tarifário, para que os Vereadores fiquem esclarecidos
sobre o sistema, tirando as suas dúvidas e as suas conclusões.
Já é de domínio dos Vereadores, mas, hoje, no final
da manhã, teve uma nova rodada de conciliação – até então, os avanços que
tinham sido proporcionados pela patronal eram aumento de 7,5%, desconto de R$
10,00 para plano de saúde e aumento do vale-alimentação para R$ 19,00 –, onde
ficou acordada a possibilidade de retirada, ou seja, o fim do banco de horas de
forma gradativa, a partir do final de julho, então, em agosto, já não teria em
Porto Alegre mais o banco de horas. Hoje, o Sindicato terá uma reunião para ver
se aceita e aqui eu quero dizer e gostaria de ouvir dos Vereadores que estão
dentro do processo, existe um sentimento muito forte da possibilidade real do
fim da greve ainda hoje, e isto ajudaria muito. Quero também dizer que nos
colocamos à disposição do Executivo, porque aí é o Executivo e não é a Casa,
mas na função de Presidente, eu fiz questão e quero dividir isto com os
colegas, que a Câmara gostaria de promover a audiência pública da licitação,
embora a audiência pública seja de responsabilidade do Executivo, mas
entendemos que aqui é a Casa do Povo, nada melhor do que discutir o processo
licitatório em audiência pública aqui nesta Casa, com a resposta do Executivo.
Caros colegas, faço questão de colocar isto, dentro do princípio, da transparência
e aquilo que já é usual de olhar olho no olho e dizer o que pensamos, e o que
sentimos. Podem ter a certeza, esta Câmara é atuante, nem sempre conseguimos
aquilo que gostaria, e eu volto a dizer, nessa situação gravíssima, e até então
não ocorria em Porto Alegre a paralisação geral, a Câmara tinha o dever e a
responsabilidade de intermediar, de discutir, e hoje, vou entrar mais num tema
aqui na Casa para ser discutido, e a partir dessas novas ações do TCE do
Tribunal de Contas do Estado. Tenho certeza que os Vereadores vão ingressar com
projetos, mas quero dizer que tudo isso tem uma maturação; de forma açodada
fica muito difícil, às vezes, no emocional, de querer votar um projeto, e eu
não vou entrar no mérito se é um projeto bom, ou não é bom, se é visto isto
como oportunismo ou não oportunismo. Mas eu quero dizer que os Vereadores tem
que ter a tranquilidade de, quando votarem, terem certeza que aquilo possa ser,
pelo menos no seu entendimento, o melhor para a Cidade.
De forma fraterna eu venho aqui fazer essas
comunicações que eu entendo que seja importante para o conhecimento dos colegas
e da sociedade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. MARIO
FRAGA: Boa-tarde a todos. Presidente, meus parabéns pela excelente explanação
nesta tribuna. Eu acho que tem muita gente pensando que a gente não está
fazendo nada mesmo. Eu tenho falado aqui, não eu, mas quase todos os Vereadores
têm falado no tema dos rodoviários na semana passada. E hoje começamos com a
belíssima explicação de Vossa Excelência. Eu só não entendi – o meu
questionamento é neste sentido – o seguinte: para nós fazermos uma audiência
pública, Prefeito Villela, visto que o Tribunal pediu que a licitação saísse em
30 dias, e o Governo Municipal está programando para o dia 5 de março, nós não
teremos mais prazo hábil, a não ser que a Câmara de Vereadores e seus Líderes
todos peçam ao Fortunati que não saia a licitação.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, talvez eu tenha me expressado mal, talvez
V. Exa. não tenha entendido. O que eu coloquei é que a audiência pública é um
dever do Executivo, não da Câmara, mas eu entendo que ela deva ser realizada
nesta Casa, porque aqui é a Casa do Povo. Foi nesse sentido. Então, não é a
Câmara Municipal que vai fazer a audiência pública. Estamos apenas, como um
Poder independente, oferecendo este espaço, porque entendemos que aqui é o
melhor lugar para fazer audiência pública sobre esse tema.
O SR. MARIO
FRAGA: Presidente, obrigado. Só para continuar o tema. O Prefeito Fortunati
disse claramente, na imprensa, que vai colocar a licitação no dia 5 de março,
então, precisando de 15 dias para a audiência pública, para publicar o edital,
e mais 15 dias, não haveria tempo hábil. Então, mais uma vez venho falar, e a
Ver.ª Lourdes foi a primeira a falar aqui: nós temos que entrar nesse sistema,
nós temos que pedir ao Prefeito Fortunati para fazer a audiência pública, e não
fazer a licitação no dia 5, apressado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Senhor, eu volto a dizer: audiência pública para
fazer uma licitação é algo obrigado a sair, como questão do Prefeito, não é
nossa. O que nós podemos fazer é o que estou propondo: que seja na Casa, acho
que nós todos temos interesse que seja aqui.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Presidente, eu acho que a vontade de fazer audiência pública tanto é da
nossa Casa quanto do Prefeito, O que há é um impeditivo pelo prazo, determinado
pela Justiça. Quem marcou a data de 5 não foi nem o Prefeito, nem o Executivo,
nem a Câmara; quem marcou foi a Justiça. Então, nós temos toda a boa vontade de
fazer audiência pública, tenho certeza de que o Executivo também, mas estamos
compelidos a uma data, dia 5 é o último dia que o Judiciário deu para a
Prefeitura lançar o edital.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Presidente,
cumprimentos pelo trabalho à frente da Casa nesses dias difíceis da Cidade pela
questão dos rodoviários; eu venho em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores fazer um apelo a todos para que possamos fazer uma análise sobre
a possibilidade de criar uma comissão especial desta Casa, porque esse não é um
tema pontual, ele terá vários desdobramentos. E não se trata, de forma alguma,
de uma comissão parlamentar, porque não é para investigar, mas é para um
acompanhamento. E, se existem outras comissões na fila, apelo aos colegas que
tragam quais são elas, para que nós possamos colocar esta como prioridade para
a Câmara estar ativa de forma permanente.
Além disso, em
relação aos projetos, creio que existam alguns como o projeto do Ver. Paulinho
Motorista que torna obrigatória a colocação de ar-condicionado em toda a frota.
Então, me parece que é um projeto de clamor popular e que tem a ver com a
licitação, e esta Casa tem que decidir ou, pelo menos, discutir a viabilidade e
o mérito desse projeto do Ver. Paulinho Motorista.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, eu
acolho, mas, infelizmente, V. Exa. não teve a oportunidade de participar hoje
da reunião de Mesa e Lideranças. Esse assunto de uma comissão especial foi
debatido. V. Exa. estava na retificação que a sua Bancada fez, só lastimo que
V. Exa. não pôde estar presente.
(Aparte
antirregimental do Ver. Alberto Kopittke.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Então agora V.
Exa. está dizendo pela primeira vez, de forma pública, que não é mais o
Vice-Presidente.
(Aparte
antirregimental do Ver. Alberto Kopittke.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Eu tentei
colocar V. Exa., mas o seu Líder disse que não tinha mais quórum. É um assunto
que podemos colocar. Na realidade, V. Exa. está ocupando duas funções, o que
não pode.
Quem vai
substituí-lo, Vereador?
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Ver. Mario, fico
impressionado com a postura que sei que não é a tua.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador...
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estão dando atenção a
esse tema para desviar do assunto dos ônibus, o que não é a sua postura...
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver. Kopittke,
não, não é, jamais...
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Eu já tinha
conversado com o senhor e com todos os colegas da Mesa e falado de público que
na Sessão de hoje teria a troca...
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, só
que não veio algo formal...
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Desculpa se houve um
problema de comunicação e o senhor não ouviu na Mesa. Obrigado. E espero que
todos os colegas... Espero que o senhor traga qual a lista das comissões
especiais que estão antes da comissão pedida pelo Ver. Janta, sobre os ônibus,
para que possamos analisar e antecipar. Faço este pedido ao senhor.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Essa matéria está à disposição. Qualquer Vereador
pode ir direto na Diretoria Legislativa. Mas eu só volto a insistir, Ver.
Kopittke – e chegou o seu Líder –, que, por gentileza, entre hoje com a
solicitação de qual é a proposta de quem vai substituí-lo. O Ver. Comassetto
chegou aqui, ele é testemunha, ele mesmo disse que não tinha quórum hoje. E é
importante, porque amanhã vamos ter reunião da CEDECONDH, e na última reunião
quem presidiu foi o Ver. João Carlos Nedel, e amanhã, se nós não votarmos hoje,
ele vai presidir novamente.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, em primeiro lugar eu quero me aliar
ao Ver. Mario Fraga, nos cumprimentos ao trabalho realizado por V. Exa. e pela
Mesa da Casa, a respeito de uma atuação serena do Legislativo de Porto Alegre
nesse imbróglio, montado com essa greve que se alonga por cerca de 15 dias, e
surgem informações que parece que tende a se esgotar nas próximas 48 horas. De
outro lado, Sr. Presidente, relativamente ao problema sobre licitação, o
compromisso já anunciado do Sr. Prefeito de, atendendo recomendação da Justiça
Pública do Estado, de marcar o dia 05 de março para revelação do Edital a ser
concluído pela Prefeitura, isso me parece, Sr. Presidente – e V. Exa. dá mais
atenção... eu lhe rogaria atenção, porque eu pretendo lhe auxiliar, se V. Exa.
não quiser, eu me manifesto igualmente – mas me parece, Sr. Presidente, que os
prazos e as exigências prévias de audiência pública não é para a publicação do
Edital, e sim, para as decorrências do Edital, para o desenvolvimento da
concorrência pública, porque fazer uma audiência pública a respeito de um
edital cujos termos ainda não estão concluídos, é absolutamente impossível. Se
assim não for, nós estamos dentro de um conflito de competência, porque a
determinação judicial é expressa para que se faça em 30 dias. Se esta Casa, e
os doutos concluírem que ela exagerou na sua competência, e que é necessário
para a revelação do edital que exista preliminarmente audiência pública, nós
temos que tomar uma providência de apelar ao Poder Judiciário para que reverta
essa situação e possibilite a realização de audiência pública, que tanto pode
ser convocada pela Prefeitura como por nós, desde que tenhamos competência
legal e, sobretudo, possibilidade fática de assim proceder. Então, Sr.
Presidente, se a exigência é agora, antes do edital, nós estamos diante de um
impasse. Parece-me que não; parece-me que audiência pública é após o edital.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Prezado Vereador, só para informar, nós não
colocamos a questão temporal, só a oportunidade de ser realizada aqui, nesta
Casa.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, é exatamente nesse sentido que a Bancada do PCdoB vem
dizer que entende que V. Exa., como Presidente de uma Casa Legislativa, fez uma
proposta convincente, importante. Essa é a nossa opinião, porque essa audiência
pública ser feita nesta Casa – naturalmente é a Prefeitura que tem que fazer a
audiência pública – oportuniza também a nossa participação e a participação da
população, porque ajudaremos a convocar. Então, nós estamos de acordo, pois
somos um Poder, temos que ter ingerência sobre essa questão, queremos discutir,
queremos estar junto principalmente da busca de solução, seja ela pela
Prefeitura, porque o gestor é o responsável por buscar uma solução. E gostaria
de dizer que esse termo de referência é inadmissível, um termo de referência
que parte do princípio que não terá ar-condicionado. O povo não tem direito a
ar-condicionado? Viagens de mais de uma hora, com uma temperatura que, sob o
ponto de vista de sensação térmica, é de muito mais do que 40 graus. É o povo
trabalhador desta Cidade que está... Nós estamos vivendo um regime de exceção
na cidade de Porto Alegre. Portanto, a sua proposta é convincente, importante,
e nós esperamos que seja aceita pelo Executivo, pela bancada de situação desta
Casa, para que esta Casa sedie uma audiência pública com ampla participação
popular. Meus parabéns.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereadora.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, o senhor sabe da nossa opinião a respeito do tema. Já
levamos três vezes à reunião de Mesa e fomos derrotados nas três vezes. O nosso
entendimento é de que a Câmara está sendo omissa nesse tema. Do que nós
precisamos é, em conjunto, encontrar uma saída e enfrentar esse debate. A sua
sugestão, neste momento, de uma audiência pública, obviamente já tem todo o
nosso apoio, até porque tudo indica que a greve está indo para um
encaminhamento que possivelmente será a sua finalização, pois hoje, ao
meio-dia, terminou uma reunião no TRT com uma nova proposta que avançou no
equilíbrio.
E nós queremos aqui ratificar que a Câmara não pode
ficar, sob o nosso ponto de vista e de algumas outras lideranças, omissa como
está. E nós temos que debater esse tema imediatamente, porque a Cidade está
paralisada, há um novo modelo de transporte público que nós precisamos, sim,
ajudar a construir; e o Prefeito já anunciou que vai retirar o ar-condicionado.
Só essa medida, no nosso “forno alegre” de 42 graus, nós precisamos ajudar a
fazer a sua concertação. Portanto, quero registrar aqui o nosso apoio ao tema
da audiência pública, com um adendo: essa audiência pública tem que ser esta
semana ainda! Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, só para um esclarecimento, pois V. Exa.
não se encontrava aqui no local; essa audiência pública tem que ser do
Executivo, a questão sobre a licitação. O que nós acordamos hoje, aqui, eu
informei que, além desta quinta-feira vir o Tribunal de Contas do Estado, no
dia 27 de fevereiro, Vanderlei Cappellari estará aqui na Casa, em período de
Comparecimento, para falar sobre metodologia da atualização do cálculo
tarifário. São ações informadas há poucos minutos.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Eu estou vendo no jornal, até por sugestão do Ver. João Antonio Dib, que
nos honra com a presença, que o Prefeito declarou que, nos dias 26 e 27 de
fevereiro, na reunião do Orçamento Participativo, a comunidade vai opinar se
deve ou não fazer uma licitação com ou sem ar-condicionado nos ônibus.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Caro Presidente, acabo de falar com o Secretário Vanderlei Cappellari, e
ele garante que uma audiência pública, com certeza, será feita, mas que não
conseguiria tempo para fazer a segunda audiência pública. Acho que nós
poderíamos, então, entrar em contato, Câmara de Vereadores e Executivo, e
tentar ajustar essa audiência pública.
O SR. MARIO
FRAGA: Presidente, como o Ver. Comassetto falou aqui, eu só quero dizer que não
concordo com as palavras dele, principalmente em relação a este Vereador, de
estarmos omissos em relação a esse movimento que está ocorrendo em Porto
Alegre. Eu tenho falado todos os dias, talvez este Vereador não tenha força
para resolver, mas omisso eu não sou.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Está bom, Vereador.
Passamos ao
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, evidentemente que
vou tomar cuidado para não ofender nenhum colega, mas vou dar minha opinião a
respeito do desenrolar das questões que envolvem o transporte coletivo. Não há
dúvida, Presidente, de que esta Casa está envolvida, sim! Talvez pudesse ter um
envolvimento maior. Eu fui um dos que sugeri que interrompêssemos todas as
sessões e só retomássemos depois de resolvido esse impasse. Muito bem. Só que,
evidentemente, temos que respeitar a vontade da maioria. Agora, de uma coisa eu
tenho certeza: a grande maioria dos Vereadores, aqui, são componentes da base
do Governo e há muito tempo essa grande maioria de Vereadores não consegue
segurar, não consegue contrapor a oposição – que é uma minoria. Os senhores me
desculpem, mas V. Exas. são incapazes de segurar a oposição. E V. Exas. todos
têm bons princípios, boas intenções e trabalham. Mas a oposição consegue passar
para a rua uma outra informação, e muitos jornalistas – muitos, não são poucos
– alimentam essa condição, de forma altamente prejudicial a esta Casa –
altamente prejudicial! –, dando a impressão, para a grande massa, de que
efetivamente a Câmara de Vereadores está dormindo. O que não é verdade! Daí a
minha preocupação. Uma minoria consegue vender uma ideia com relação a esta
Casa que não é a ideia verdadeira.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, V.
Exa. pega num ponto muito sensível e V. Exa. tem razão, às vezes dá a impressão
de que aqui há jornalistas setoristas da oposição. É verdade: setoristas da
oposição, é verdade –, setoristas da oposição. Eu acho que o senhor levanta um
assunto muito interessante e devemos, todos nós, olhar com mais carinho para
essa situação.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, eu quero retomar na linha do que disse
o Ver. Idenir Cecchim. Quarta-feira, iniciamos o debate de um projeto de minha
autoria que trata das doações ou da proibição de doações por parte das empresas
que recebem incentivo do Governo. E eu solicito à minha assessoria, mais uma
vez, que insista, porque eu não acredito que não tenha sido postado no site da
Câmara de Vereadores o debate do nosso projeto. Eu insisto com a assessoria.
Porque, se isso for verdade, Ver. Idenir Cecchim, nós estamos frente a uma
situação muito delicada, porque eu vejo aqui, passa-me a minha assessoria, e eu
não quero cometer injustiça, que o projeto da nossa autoria, que foi iniciado o
debate e interrompido por falta quórum, não há registro no site da Casa. O que
me despertou essa possibilidade foi a minha cobrança a um jornalista externo
que postou uma matéria equivocada. E ele já deu uma de jornalista, juiz e fez a
sentença junto: o Ver. Bernardino Vendruscolo botou um projeto
inconstitucional. Ele já decidiu. Se tivesse, ao menos, respeitado o parecer
desta Procuradoria, que nem sempre nós acatamos, mas temos que respeitar e
considerar. Muitas vezes nós contestamos pareceres da procuradoria, mas, em
respeito, fazemos o registro. O que diz a Procuradoria em relação ao projeto de
minha autoria? Diz que: sinaliza-se, finalmente, que o entendimento adotado no
parecer é de que o projeto de lei dispõe sobre matéria tributária apenas, não
sobre processo eleitoral. No entanto esse jornalista, de um grande veículo de
comunicação, faz um registro dizendo que é inconstitucional. Mas quem é ele?! É
servidor de um veículo, que eu, em respeito aos seus colegas, demais colegas, e
ao próprio veículo, omito o nome, deixo de citar, melhor dizendo, em respeito.
Agora, que ele precisa levar um puxão de orelha, precisa levar! O que é isso?!
Como é que um profissional vai simplesmente dizer: é inconstitucional! Mas o
que é isso?! Então eu vou fazer novamente um apelo à Casa, que nós possamos
ver, efetivamente, o que aconteceu na quarta-feira. O projeto da minha autoria
foi debatido, só não foi votado por falta de quórum. Onde estão os registros?
Agora vou fazer um apelo aos colegas Vereadores. Evidentemente que quando fiz
meu pronunciamento na quarta-feira fiz um apelo. As questões de entendimento de
constitucionalidade ou não estou convencido, Ver. Engº Comassetto e demais
Vereadores de que este Projeto não trata de questões de legislação eleitoral;
trata de questão tributária. O que nós, como fiscalizadores do Poder Executivo
Municipal devemos fazer? Fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Muito
bem. O nosso entendimento é que se uma empresa, um profissional, ou empresas ou
profissionais receberam incentivos tributários que fiquem impedidas de fazer
doações partidárias ou para políticos, para partidos, porque receberam
incentivo do Governo. Como pode, quem recebe incentivo é porque precisa, porque
há por trás disso tudo um projeto social, mas então ela tem direito, ganha de
um lado e favorece, por outro lado, políticos ou parlamentares, partidos. Nós
precisamos tentar, ao menos aqui nesta Casa, fazer nossa parte, enquanto o
Congresso Nacional dorme ou não quer mexer nas questões que vão tirar, com
certeza, seus privilégios nas reeleições porque as emendas que hoje são
impositivas, sinceramente, esta é a oficialização da compra de votos.
O Sr. Engº
Comasseto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Exa.
e afirmo que a nossa bancada tem neste momento duas concordâncias. A primeira
quando V. Exa. disse que esta Casa deveria assumir o debate e se preocupar mais
com o tema do caos que está na Cidade em função do transporte, e, em segundo, o
seu Projeto não é uma questão técnica, é uma questão política, e esta Casa é
uma casa política. Orientar e disciplinar aquelas empresas que recebem recurso
público e benefícios públicos, seja isenção e outros, que possam estar relacionados
com o debate das doações políticas está corretíssimo de sua parte; tem o nosso
apoio.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Entendo, perfeitamente, Ver. Engº Comassetto. Em
algumas questões nós destoamos aqui, lembro que na quarta-feira ainda algumas
provocações de forma respeitosa no debate nós ainda comentamos que não era
momento de dividir, e, sim, de somar, porque aqui nós acabamos muitas vezes
perdendo alguns apoios por comportamentos, ou
firmar uma postura mais radical. Eu quero fazer um apelo aos Vereadores, porque
na mesma linha em que o Congresso aceita essa imoralidade – imoralidade! – das
emendas impositivas, nós aqui estamos tendo a oportunidade de votar, de dar uma
sinalização. Porque é impossível nós aceitarmos essa imoralidade, que é a seguinte:
bom, alguém encaminha para cá as questões de incentivo – e aí foi citada o nome
de uma empresa, desse ou daquele prefeito ou candidato que ganhou ajuda, mas
não foi só um que ganhou ajuda, meu Deus do céu! Eu não nominei até porque
estaria fazendo injustiça. Os principais candidatos à Prefeitura de Porto
Alegre, lá em 2012, receberam doações de empresas que de um jeito ou de outro
receberiam incentivo desta Casa. O nosso Projeto é de 2011, não é um Projeto
que surgiu agora!
Então, quero fazer um
apelo aos Vereadores: que possam proporcionar a esta Casa o debate na busca,
quem sabe, de quebrar um paradigma, porque infelizmente nós estamos vendo,
entra ano e sai ano, nacionalmente, esse debate, e nada acontece. Algumas
questões que os nossos parlamentares reclamam do Judiciário, do Ministério
Público, ou estarem dando a competência de um ou de outro poder. Mas isso só
ocorre pela ineficiência desse ou daquele poder. Quando há omissão, abre lacuna
para essas possibilidades. Por que não debater e por que não votar abertamente?
Chegou a hora. Este ano vamos ter mais um pleito, em 2016 outro. Os tempos
mudaram, gente. Quando eu aqui cheguei, em janeiro de 2005, era possível
empregar parentes. Nós tínhamos aqui – e não era nada de irregular porque a
legislação na época permitia – parlamentares que tinham familiares aqui; hoje
não pode mais. A cada ano nós estamos dando um salto para a modernização e para
a possibilidade de enxergarmos um pouco melhor aquilo que é do público.
O Sr. Alberto Kopittke: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Muito rapidamente, agradeço o aparte, e
apenas o saudando por esse projeto e repetindo o
que eu disse na tribuna, que o senhor propôs esse seu projeto é a ficha limpa
daqueles que fazem a contribuição. Nós já temos a ficha limpa dos candidatos, e
o senhor está criando aqui em Porto Alegre – e espero que se espalhe para todo
o Brasil –, a ficha limpa daquelas empresas que contribuem para as campanhas, e
espero que a nossa Câmara, realmente, acolha esse maravilhoso projeto.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Quero
aproveitar e falar que há muito tempo o nosso microfone está com problema,
desde a época em que eu fazia parte da Mesa, então, antes que me acusem, que me
deem uma letrinha, nesse sentido. Este projeto recebeu Parecer do nosso
Procurador mais antigo aqui da Casa, onde ele salienta dois pontos: que a
matéria objeto da proposição se insere no âmbito de competência municipal,
inexistindo óbice legal para tramitação. E depois, como já disse antes, a
matéria trata de questões tributárias, e não de processo eleitoral. Faço esse
registro de forma veemente, porque é inadmissível que um profissional, que
detém uma certa autonomia num veiculo de comunicação, publique uma informação
que não reflete a realidade. Poderia sim dizer: há possibilidade; possibilidade
há. O direito não é dois mais dois são quatro. Então, por isso, faço esse
repúdio, porque nós precisamos sim usar o instrumento que nós temos, que é esta
tribuna, Ver. Tarciso, com ônus e bônus, porque o político que não se sujeitar
a isso, não adianta, será vencido, tem que ir para casa. Nós temos que assumir
os ônus e os bônus – Ver. João Antonio Dib, que nos visita, pelo qual tenho
grande admiração por sua pessoa, já disse aqui, por todos os anos que aqui
colaborou. Ainda sentimos saudade da sua pessoa aqui, em tantas vezes, em
tantos debates aqui, na maioria das vezes convergente; em outras, nem tanto.
Mas que valeu a pena, aprendi muito com V. Exa. Então, fica aqui no nosso
apelo, uma oportunidade de nós avançarmos nesse sentido. Imaginem os
senhores como é que alguém poderia defender uma possibilidade de uma empresa
receber um incentivo autorizado pelo Legislativo Municipal, pelo Poder
Executivo de um lado, e, de outro lado, receber uma ajuda financeira para sua
campanha, seu partido, enfim, aquele negócio todo. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Requerimento de autoria da Ver.ª Séfora
Mota, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de 10 a 11 de
fevereiro de 2014.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de pedir um minuto de
silêncio em homenagem ao nosso compositor Nico Nikolaevsky, que é artista, que
faleceu na semana passada, um expoente da arte gaúcha, porto-alegrense, em
especial, tendo em vista sua passagem para o Oriente Eterno.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Estendo esta homenagem ao músico Giba Giba para
quem esta Casa ainda não fez um minuto de silêncio.
Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Cassio Trogildo.
A SRA. ANY
ORTIZ: Boa-tarde a todos, Vereadores, Vereadoras; público que nos assiste
através da TVCâmara; os que nos acompanham aqui nas galerias.
Eu gostaria, em primeiro lugar, de agradecer ao
Ver. Cassio Trogildo a cedência do espaço para tratar de um assunto que eu
considero de extrema importância e que a gente vai conseguir mudar todas as
outras questões que fazem parte da nossa sociedade, sempre, com iniciativa e
investimento na educação. Aproveito o momento de volta às aulas e a cedência do
Ver. Cassio para ocupar o espaço e falar um pouco sobre educação, sobre um
projeto que eu protocolei e apresentei aqui nesta Casa e que concede incentivo
fiscal para empregadores que estimulam e custeiam os estudos de seus
funcionários.
A educação é uma ferramenta que torna o indivíduo
capaz de mudar a sua vida e o desenvolvimento
socioeconômico de uma localidade, do Município, Estado e País. As empresas, os
governos e qualquer outra instituição são constituídas pelas pessoas. São as
pessoas que atuam em uma organização, seja ela pública, privada ou do terceiro
setor e, portanto, significam o DNA daquela organização. É o capital humano o
principal combustível para movimentar uma organização. Nesse sentido, é
fundamental, cada vez mais, o estímulo e investimento na qualificação dos
funcionários.
O crescimento
econômico agrava, cada vez mais, o problema da mão de obra – e de uma mão de
obra qualificada –, porque nós precisamos produzir mais e com melhor qualidade
para termos produtividade e, assim, condições favoráveis de competir com outros
mercados.
E na nossa busca por
um País melhor, é importantíssimo avançarmos nesse pilar da educação e no
acesso a iguais oportunidades para a qualificação profissional, para que esta
esteja disponível a todos os cidadãos.
Muitas pessoas e
muitas famílias realizam enormes esforços para dar aos filhos uma vida mais
digna que a que tiveram. Muitas vezes, os pais fazem um esforço muito grande,
através de privação de outras necessidades sociais, para manter um filho – ou
filhos – no colégio privado, durante a infância e a juventude, mantendo essa
educação que pode consumir uma grande fatia do que é o ganho mensal dessas
famílias. E, muitas vezes, por esses alunos terem frequentado, ainda que por
alguns anos, uma instituição particular de ensino, não têm o direito de acessar
alguns programas já existentes. Nosso País tem vários programas e bolsas que
são oferecidos aos alunos, mas sabemos que, além de não serem suficientes para
atender a toda a demanda na área da Educação, não abrem possibilidade da
participação de alguns segmentos.
O Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Ministério da Educação
destinado a financiar a graduação na Educação Superior de estudantes
matriculados em instituições não gratuitas. É destinado aos estudantes
matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos
conduzidos pelo Ministério da Educação.
Os juros, em 2010,
caíram para 3,4% ao ano, o que é muito bom. Além disso, passou a ser permitido
ao estudante solicitar o financiamento em qualquer período do ano. Entretanto,
não podem acessar o Fies os alunos cuja matrícula acadêmica esteja em situação
de trancamento geral das disciplinas no momento da inscrição; que já tenha sido
beneficiado com o financiamento do Fies, inadimplente com o Programa de crédito
educativo, e cujo percentual de comprometimento da renda familiar mensal bruta
per capita seja inferior a 20%; cuja renda familiar mensal bruta seja superior
a 20 salários mínimos. E, para aqueles que concluíram o ensino médio a partir
do ano letivo de 2010 e queiram solicitar o Fies, deverão ter realizado,
obrigatoriamente, o Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM, de 2010 ou ano
posterior. Já no outro Programa Universidade para Todos, o ProUni, o estudante
deverá participar do ENEM na edição imediatamente anterior ao processo seletivo
do ProUni, e obter nota mínima neste exame.
Devem, também, ter renda familiar de até três
salários mínimos por pessoa, e satisfazer um dos requisitos, quais são: ter
cursado o Ensino Médio completo em escola pública ou em escola privada com
bolsa integral da instituição. Ter cursado o Ensino Médio parcialmente em
escola pública ou um período em escola particular com bolsa integral. Ser
pessoa com deficiência ou ser professor da rede pública de ensino básico, em
efetivo exercício, integrando o quadro permanente da instituição, e estar
concorrendo a uma vaga em curso de licenciatura, normal, superior, ou
pedagogia. Neste único caso, a renda não é considerada.
Então, a partir de alguns depoimentos de
estudantes, e do nosso entendimento dentro do mandato, nós podemos observar que
um segmento fica de fora desses benefícios e desses planos nacionais.
E por entender que a qualificação profissional é
fundamental para a economia da capital para cada trabalhador, é que eu
protocolei nesta Casa um Projeto de Lei que autoriza a instituição do Programa
Municipal de Apoio à Formação Universitária – Promafuni.
O objetivo do Programa é fomentar a formação
continuada e o aperfeiçoamento dos trabalhadores que não têm condições
financeiras de custear sua graduação.
O Projeto de Lei prevê incentivo fiscal com
desconto parcial no Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, o ISSQN, para
empresas que aderirem ao programa, fomentando o ingresso de funcionários ao
Ensino Superior. Eu tenho certeza que essa integração trará desenvolvimento,
não apenas aos trabalhadores, mas às empresas, à economia e à sociedade como um
todo, pois investir na formação profissional é fator imprescindível para uma
boa colocação no mercado de trabalho. E o momento que vive a economia mundial
requer um aprimoramento contínuo por meio de cursos de formação superior,
aliás, a uma experiência de trabalho.
Sabemos que o acesso à universidade cresceu
significativamente nos últimos anos – o que é ótimo! –, mas nós devemos avançar
mais ainda, e é uma troca justa, afinal, esse projeto faz com que todos cresçam:
para a empresa, um funcionário melhor preparado, o que é sinal de bons
resultados; para o funcionário, a chance de ascender profissionalmente; e, para
a economia municipal, a qualificação do emprego e o aumento da renda. Temos
todos como acrescentar e como crescer com esse tipo de incentivo. Além disso,
todos sabemos que o mercado de trabalho anda aquecido. Em Porto Alegre, ao
longo de todo o ano, recebemos boas notícias, porque nos mantivemos como uma
das capitais com menor índice de desemprego do País; e, na época de final de
ano, em função das expectativas de aumento de vendas, temos essa taxa menor
ainda. A tendência é que esses números aumentem cada vez mais.
Vamos refletir: estamos satisfeitos com o que
estamos vivendo? Eu acredito que nós podemos avançar sempre. E, geralmente,
quando pensamos na expansão de uma empresa, logo pensamos em investir, e os
investimentos muitas vezes oferecidos pelos Governos são incentivos como
capital, ou através de investidores externos. Além de esses pensamentos serem
imediatistas, na melhoria de equipamentos e infraestrutura, pouco se pensa no
principal fator de sucesso de qualquer negócio, que são os funcionários e o
investimento no capital humano.
Investir na qualificação profissional traz
resultados melhores do que se imagina, e o projeto que apresentei nesta Casa
significa mais, significa o aumento da inclusão de pessoas para o acesso à
educação superior, para o acesso à universidade, pois, como já disse
anteriormente, muitos programas federais são excludentes para muitos, por não
preencherem à risca os requisitos exigidos e a minha intenção é ampliar estas
possibilidades de acesso, bem como proporcionar ao empregador a obtenção de um
capital humano melhor qualificado e que lhe trará sem dúvida o maior retorno em
vários aspectos mais produtividade e além de um funcionário mais satisfeito.
Quero finalizar o meu pronunciamento com a frase do
Líder Mundial que era considerado o Advogado da Educação, ex-Presidente da
África do Sul, Nelson Mandela, e o legado que o Mandela nos deixou para a
Educação é fundamental e passa pela defesa firme de uma educação de qualidade
para todos, seja na Cidade, no campo, na escola ou na universidade e a
Educação, é uma forma de empoderar e libertar as pessoas, e a liberdade sempre
foi a sua maior bandeira, dizia Mandela: A Educação é a arma mais poderosa que
podemos usar para mudar o mundo. Muito obrigada pela atenção, senhores e
senhoras Vereadores.
Aproveito os meus minutos finais para complementar
o que já foi dito nessa tribuna hoje, da importância que essa Câmara tem na
questão da greve e os reflexos que a greve tem trazido para a nossa Cidade,
isso aproveitando o gancho com que eu vim trazer para vocês agora, que as aulas
ainda não começaram, é um serviço de extrema importância para a nossa Cidade, é
um serviço fundamental e nós devemos usar a transversalidade dos assuntos que
estão latentes, hoje, na Cidade para fazer alguns questionamentos, e este
questionamento do acesso à Educação, desse começo de ano, onde a gente vê muitas
pessoas que cursaram por um esforço extremo das suas famílias uma escola num
colégio privado, muitas vezes se veem impossibilitados de ter acesso a uma
Educação de qualidade, de poder cursar um ensino superior, porque todos nós
sabemos que o acesso a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele é muito
restrito e se beneficia muito quem pode pagar um cursinho quem tem um alto
valor a investir em cursos preparatórios e muitas vezes um segmento grande da
sociedade não consegue ter acesso e cursar uma universidade. Muito obrigada,
uma boa tarde e uma boa semana a todos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereadora. Quero fazer dois registros: primeiro, conversei novamente agora com a Desembargadora Ana Luiza
Kruse que confirmou a proposta da patronal de diminuição do banco de horas; e
ela também está torcendo para que hoje, talvez, tenha o desfecho da greve.
Segundo, recebi do Cappellari a confirmação do Executivo, já que a Câmara
ofereceu, que no dia 27 de fevereiro, às 19h, da Audiência Pública sobre a
licitação do transporte coletivo de Porto Alegre, será aqui nesta Casa.
O Ver. Paulinho
Motorista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Sr.
Presidente, Vereadores, pessoas que nos assistem nas galerias e em casa;
ouvindo o anúncio da EPTC de que a licitação do transporte coletivo, que deverá
ser publicada até o dia 5 de março, não vai exigir ar-condicionado em nenhum
veículo, com exceção dos BRTs, respeitosamente, tenho manifestado a minha
opinião sobre o assunto. Há duas semanas protocolei projeto prevendo
ar-condicionado em todos os veículos da frota nova com a ideia de que todos os
ônibus tivessem ar-condicionado no prazo de 13 anos, conforme está previsto em
lei que estabelece as condições para a renovação da frota, evitando causar um
impacto financeiro que se refletisse na passagem.
Matéria da Zero Hora
de hoje diz que atualmente 36% dos ônibus que circulam em nossa Cidade possuem
ar-condicionado, percentual que sobe para 56%, no caso da Carris. Pelo anúncio
feito hoje, entendo que podemos ter então um retrocesso, onde nem esse
percentual atual será garantido. Nosso amigo, Secretário Cappellari, tem dito
que a exigência de ar-condicionado em todos os ônibus aumentaria a passagem em
R$ 0,10, mas tem usado como justificativa dados que não estão fechando. No dia
29 de janeiro, na página do Correio do Povo, na Internet, em matéria citava o
meu Projeto. O Secretário afirmou que o valor de um ônibus articulado com
ar-condicionado é de R$ 930 mil, e que o gasto com combustível aumenta em 50%.
Já na Zero Hora de hoje diz que o valor do mesmo ônibus com ar-condicionado
baixa para R$ 650 mil, enquanto o aumento do consumo de combustível cai pela
metade.
Por outro lado, o
Tribunal de Contas do Estado afirma que a margem de lucro dos empresários em
2011 foi de 9,7%, quando deveria ser de 6,7%. Isso representa quase 50% de
lucro a mais do que o previsto. Conforme a matéria do jornal Zero Hora de
ontem, a receita bruta das empresas de transporte coletivo em nossa Cidade
chega próximo a meio bilhão e o lucro individual declarado atinge a casa de R$
2 milhões a R$ 4 milhões entre os mais rentáveis, isso sem contar com os ganhos
adicionais injustificados onde o próprio TCE apontou estarem superestimados na
planilha do cálculo do valor da passagem os gastos com combustível, chassis,
pneu e recapagens. Por fim, além da necessidade de termos uma leitura correta
do real impacto financeiro da obrigação de termos ar-condicionado em toda a
frota prevista na licitação, é fundamental que a população possa se manifestar,
afinal é ela que sabe, é a parte que mais sofre com a falta de ar-condicionado
nos ônibus, que passa, muitas vezes, quatro horas do dia dentro do ônibus com
uma sensação térmica de quase 50 graus. Desde ontem recebi dezenas de e-mails e mensagens pelas redes sociais
questionando por que a licitação não prever o ar-condicionado. Tenho certeza
que essa população não admite retroceder. Assim espero que a EPTC tenha a
sensibilidade para encaminhar este assunto, já que a previsão é de termos
verões e invernos cada vez mais rigorosos. Inclusive a Rádio Gaúcha noticiou,
há pouco, que o Secretário Cappellari admite que a não inclusão do
ar-condicionado na licitação pode ser revista, e assim esperamos que haja
entendimento nesse sentido. Por fim, estou feliz porque acho que chegarão ao
final desta greve hoje ainda, e a população de Porto Alegre vai ganhar com
isso. A minha categoria, pela qual eu luto sempre, que é a classe rodoviária,
também vai ganhar com isso, recebendo um aumento digno e justo, e que chegam à
vitória no dia de hoje. Jamais vou virar as costas para a minha classe, os
rodoviários, assim como não vou virar as costas para a população que me trouxe
até a Câmara Municipal de Porto Alegre. A população está sofrendo com isso e se
hoje houver um acordo, tudo voltará ao normal e a população conseguirá chegar
aos seus destinos. Isso tudo vai trazer melhorias para a população de Porto
Alegre, e espero que o projeto que protocolei, do ar-condicionado nos ônibus de
Porto Alegre, seja aprovado, pois a população precisa de um transporte de
qualidade para viajar 1h45min, 1h50min, bem dizer, num forno, numa caldeira.
Boa-tarde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente, Vereadoras, Vereadores, todos os que nos
assistem. Parabéns, Paulinho Motorista, parabéns mesmo, uma belíssima fala.
Oxalá aconteça, vamos rezar para isso. Eu não quero mais, Presidente, tocar no
assunto do transporte, porque, quanto mais a gente tira a casca de um
machucado, mais ele sangra. Então, eu prefiro ver as respostas positivas.
Quero colocar um assunto muito, muito delicado
também, que é da nossa ordem, a gente fica muito preocupado com a violência. Eu
conversava ali com o Brasinha, ontem havia em torno de 25 mil pessoas no
Gre-Nal, uma coisa linda, e coisas boas a gente tem que dizer; uma coisa linda,
eu fiquei emocionado com o torcedor tanto do Grêmio quanto do Inter, num
belíssimo exemplo para o Brasil do que é torcer, esse exemplo nós estamos dando
para o Brasil, sobre o que é torcer, sobre o que é vibrar, Mario Manfro, no
Gre-Nal. O torcedor do Inter lá na sua pequena torcida, é claro que, no
Beira-Rio, nós ficamos pequenos, mas na Arena, Brasinha, só não havia mais
gente sabe por quê? Se tivesse transporte de ônibus, a gente teria, no mínimo,
35 mil, 36 mil pessoas dentro da Arena. Então, esse exemplo maravilhoso que o
torcedor deu ontem... Eu vi criança de um aninho a adultos de 70 anos, 75 anos,
eu tirei fotos, vi e tirei fotos. É um local de paz, onde eu posso levar o meu
filho, e torcer, sem violência. Parabéns, torcedores, que exemplo lindo e
maravilhoso! Eu fui até com a camisa, que tinha os dizeres no peito: craque só
no campo. Eu, que sempre fui contra a violência, bandeira do esporte, da
inclusão social através da educação, esporte, cultura, lazer; a criança, o
jovem. Isso me deixa muito contente, muito orgulhoso.
Uma outra parte muito importante que o Ver.
Brasinha citou, o Gre-Nal, os jogadores... é que, Brasinha, eu não quero vir
com os Gre-Nais do meu tempo, para não entrar naquela de saudosismo, porque
cada tempo, no meu tempo foi uma coisa, hoje é um outro tempo no futebol. Mas
nós perdemos muito, Brasinha, jogadores ousados, e para jogar, para tu seres
aplaudido, para tu seres um dos melhores lá dentro daquele palco, tu tens que
ser ousado. Se tu fizeres só aquilo que o teu comandante que é treinador, te
pedir, tu vais ser um jogador útil. Por que Neymar, Messi são os melhores
jogadores do mundo? Justamente por isso.
Então, chegou a hora também de os jogadores, assim
como eu fui, de dar uma resposta a esse torcedor que vai lá, e ser um pouco mais
ousado. De uma jogada bonita, que faça levantar aquela massa, isso também o
torcedor está pedindo. Ontem o torcedor deu a sua parte, a parte de vibrar,
gritar, aplaudir, vaiar, quando tinha que vaiar – eu ouvi pouquíssimas vaias,
ouvi mais aplausos. Então, chegou a hora também agora de todos aqueles que
fazem o espetáculo, que não são só os jogadores, e aqueles que estão na
arquibancada já estão fazendo sua parte. Espero que isso continue, Presidente,
para que a gente possa dar um grande exemplo para este país, não só pela Copa
do Mundo, mas que isso fique no nosso futebol, e quem sabe no futebol
brasileiro, porque no nosso futebol do Rio Grande do Sul, o torcedor sempre foi
de vibrar, brincar, nunca teve essa violência. Então, vimos que a violência não
leva a nada, o que leva é a gente vibrar, torcer, brincar, e, no outro dia...
alguém perde, isso faz parte do futebol. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Tarciso.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu só quero registrar, Presidente, fazendo um
adendo à sua intervenção sobre a questão da audiência pública do dia 27, sobre
os termos da licitação, quero registrar que eu e o Ver. Pedro Ruas requisitamos
já, hoje pela manhã, em função das denúncias da ausência do ar-condicionado, da
questão estrutural, de fato, da licitação, fizemos um protocolo pedindo à
CUTHAB uma audiência pública para tratar do tema, com urgência, antes do edital
de licitação. Se for pela Câmara, dia 27, nós, evidentemente, nos somamos a essa
audiência, sabendo da importância do Legislativo em proporcionar esse debate à
população de Porto Alegre, para os rodoviários e para todos aqueles que lutam
por um transporte mais barato, mais justo e de qualidade.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Parabéns, Vereadora. Cada Comissão tem autonomia
para isso, mas ressalto, mais uma vez, que a do dia 27 não é uma audiência da
Câmara, é uma audiência do Executivo na Câmara Municipal de Porto Alegre. O que
eu fiz foi provocar o Executivo para que nós possamos fazer aqui, mas é
importante ressaltar a iniciativa de V. Exa., da Bancada do PSOL.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu já tinha ido, em
nome da Bancada do PCdoB, tão logo o nosso Presidente desceu desta tribuna, no
microfone de apartes, exatamente para dizer da importância da proposta do
Presidente de que se realizasse nesta Casa, não a Casa, mas que nós fossemos o
palco, oferecendo ao Executivo para que o Executivo convocasse e fizesse uma
audiência pública com a oportunidade, Vereador, da participação do Executivo,
naturalmente, dos Vereadores, da população, dos rodoviários, enfim, que o povo
de Porto Alegre venha para discutir a saída para essa crise.
Vivemos um regime de exceção. Porto Alegre enfrenta
uma greve que já dura 15 dias, Porto Alegre se encontrando sem saída, sem uma
solução a bom termo e a curto prazo para a mobilidade urbana. Chegamos no
limite, no limite para todos, principalmente para o povo de Porto Alegre e para
os próprios trabalhadores rodoviários. São 15 dias dessa justa greve, repito. E
eu entendi muito bem Presidente, e a nossa Bancada – falo em nome do Ver. João
Derly e meu – parabeniza V. Exa. por isso, que essa proposta de audiência
pública do Executivo nesta Casa seria uma solução política. Porque chegamos no
momento da solução política e não podemos nos furtar de contribuir no sentido
de que ela ocorra, para que possamos discutir esse termo de referência com
todos. Com todos! Daqui a pouco falarei sobre o termo de referência. A par de
novamente colocar desta tribuna as nossas propostas, neste momento, primeiro,
que nós temos que buscar saídas a curto prazo, mas nós temos que já pensar num
futuro e a Bancada do PCdoB está dizendo isso desde o início dessa crise em
Porto Alegre. Sob o ponto de vista da qualidade do transporte público, o debate
do custo não pode significar um retrocesso, a população com muita luta
conquistou o ar-condicionado. Uma licitação que parte do princípio da retirada
do ar-condicionado dos ônibus é um retrocesso! E é um retrocesso sob o ponto de
vista dos trabalhadores rodoviários, Ver. Paulinho. Vou finalizando ao ler:
“...dos trabalhadores rodoviários pela sua qualidade de trabalho, e é um retrocesso
sob o ponto de vista do povo trabalhador, que é quem usa o transporte
coletivo.” A par dessas questões, eu, novamente, coloco nesta Casa que
imediatamente, se há uma comissão estabelecida... E se não há, Ver.ª Fernanda,
tem que ser pelo Executivo, para que nós possamos traçar o Plano Municipal de
Mobilidade Urbana e resolver, de uma vez por todas, a criação do Conselho
Municipal das Cidades, por onde passam discussões como essa e onde tem, Ver.
Idenir Cecchim, a participação do Legislativo. O Conselho Municipal é
paritário, e, inclusive, o nosso Legislativo terá participação. Por outro lado,
a nossa posição eu já disse do microfone de apartes e em conversas que,
inclusive, tomei a liberdade de fazer, tanto com o Presidente Professor Garcia,
com o Líder do Governo, o Ver. Airto Ferronato, junto com o Ver. Paulinho
Motorista, que é o legítimo representante dos trabalhadores rodoviários nesta
Casa, manifestando que essa era uma solução política. Daquele microfone de
apartes, já havia dito: nós da oposição – em seguida o Ver. Engº Comassetto
também fez essa referência – queremos buscar solução e esperávamos que esta
Casa, como um todo, aceitasse a proposta e influísse junto ao Executivo para
aceitar a proposta do nosso Vereador. Uma solução política, o Legislativo
legitimando a urgência do Executivo em efetuar essa audiência, abrir as portas
para os membros do OP, mas também para a população em geral, para os
trabalhadores rodoviários e com a participação deste Legislativo. Quero
finalizar, dizendo de todo o apoio – V. Exa. já sabia disso, Ver. Paulinho
Motorista – da nossa bancada ao seu projeto de lei para que toda a frota tenha
ar-condicionado. Mas quero finalizar dizendo: nada como um legítimo
representante dos trabalhadores nesta Casa para contribuir com o direito dos
rodoviários e do povo. Sinto-me muito gratificada por ser sua colega e digo-lhe
que o seu projeto vai contribuir, e muito, para essa solução emergencial e para
o futuro da mobilidade urbana que nós queremos, com transporte público de
qualidade e a preço acessível ao povo de Porto Alegre. Parabéns, Vereador.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Vereadores,
Vereadoras, eu venho a esta tribuna, mais uma vez, debater a situação do
transporte coletivo na nossa Cidade. Todos sabem que nós acompanhamos todo esse
processo de discussão do processo licitatório. Foi justamente em um mote de uma
ação popular de 2011, Ver. Paulinho Motorista, que nós alegávamos que um
sistema que funciona na ilegalidade, sem contratos, sem formalização, não
poderia se autoconceder reajuste tarifário sem controle social, sem a planilha
do trabalhador, arrochando os colegas rodoviários. E, a partir das mobilizações
de 2013, com a nossa ação cautelar, em caráter liminar, conseguimos reduzir a
tarifa em Porto Alegre, gerando um movimento de discussão da mobilidade urbana,
discussão profunda, porque nós sabemos o custo que tem para o bolso do
trabalhador o transporte coletivo. Ao mesmo tempo em que a qualidade do
transporte vem decaindo ao longo dos anos, porque não renovam as frotas, porque
não colocam ar-condicionado, porque não valorizam os seus trabalhadores,
motoristas e cobradores, que tiveram o salário arrochado ao longo dos anos. E
eu já trouxe, por duas vezes, a pesquisa do
DIEESE a essa tribuna, que comprova essa variação salarial de 1994 a 2013,
ao mesmo tempo em que a passagem subiu o dobro ou o triplo da inflação, e os
trabalhadores perderam salários, passaram a comprar apenas 667 passagens,
quando, em 1994, com seu salário compravam 1.184 passagens. E o famigerado
banco de horas. O famigerado banco de horas que é, na verdade, uma burla à CLT.
Qualquer trabalhador com carga horária acima de seis horas por dia tem o
direito a uma hora de pausa, e o máximo que pode ser concedido pela CLT, como
sempre alerta o meu colega Ver. Pedro Ruas, são duas horas. E nós vemos, nos
intervalões, um verdadeiro massacre aos trabalhadores que passam 13, 14 horas
envolvidos com o trabalho e sequer recebem essas horas, do ponto de vista da
hora extra que cumprem nas empresas de ônibus. E nós, diante de toda essa
situação, combinada com a auditoria do Tribunal de Contas do Estado, que falou
dos lucros ilegais dos empresários, de 9% em média, e algumas empresas com 19%,
o dinheiro do Fundo de Compensação Tarifária indo para a gestão da ATP, a
bilhetagem controlada pela Associação dos Transportadores de Passageiros, ou
seja, a raposa cuidando do galinheiro, vai desmascarando um grande negócio que,
lamentavelmente, tem sido o transporte coletivo na cidade de Porto Alegre. E
não é de hoje, é verdade, são mais de 25 anos sem licitação. O Tribunal de
Contas apontou 60 anos sem sequer controle e contrato. Mas nós não podemos
aceitar que esse processo seja uma tentativa de tirar direitos da população,
seja na questão do ar-condicionado, porque nós sabemos do verdadeiro forno que
está Porto Alegre nos últimos dias, e massacrar o povo que já pega o ônibus
superlotado, com tarifas abusivas, sem ar-condicionado, massacrar os
trabalhadores é uma verdadeira irresponsabilidade do Governo Fortunati, uma
verdadeira irresponsabilidade anunciar que fará esse processo licitatório
tirando o ar-condicionado. Assim como nós temos de discutir trajetos, temos de
discutir modais, temos de discutir que a licitação não pode significar
desemprego, tem de respeitar os trabalhadores rodoviários. Nós temos de
discutir que a licitação seja capaz de oferecer um transporte coletivo mais
barato, de maior qualidade e mais acessível a nossa população. Logo hoje que
nós tivemos essa boa notícia na mesa de negociação da greve, justa e legítima,
dos trabalhadores rodoviários que aponta para o fim gradual do banco de horas,
uma conquista enorme de uma categoria que se organizou e se mobilizou para
pautar o problema das condições de trabalho, mas faltaram também as condições
de transporte em Porto Alegre, que nós tivemos avanços na questão da negociação
como um todo e que hoje tem uma assembleia para garantir que os trabalhadores
sejam respeitados, saiam com conquistas e a população tenha o transporte
coletivo garantido na Cidade de Porto Alegre. Nós temos essa lamentável
entrevista do Prefeito que combina a irresponsabilidade do ar-condicionado
somado com o discurso que me parece muito estranho, de que a passagem vai
aumentar. O Tribunal de Contas do Estado já apresentou uma série de lucros
ilegais, dinheiro de publicidade que não era contabilizado e o Prefeito está
dizendo sistematicamente que a passagem vai aumentar. Parece que mais uma vez
está defendendo os interesses dos empresários. Então quero reiterar, nós
pedimos uma audiência pública à CUTHAB e queremos reiterar a importância de a
população não só discutir, mas se mobilizar para garantir um transporte
decente. Respeitem-se os trabalhadores e respeitem-se os usuários em Porto
Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em Comunicação
de Líder, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, agradeço aos colegas
da oposição, do PCdoB, do PSOL e do PT. Vou ter de ser repetitivo endossando a
fala do Ver. Paulinho Motorista, que foi brilhante, emocionante, com o coração
e de quem não renega as raízes, de quem já esteve lá dentro do ônibus,
sofrendo, junto com a população, o dia a dia do transporte público e que
realmente foi uma lição para todos nós, merece ser ouvida e relida por todos aqueles
que não tiveram a oportunidade de ouvi-la, Ver. Brasinha que sei que também
veio lá debaixo, construindo a sua vida e com certeza muito
“busão” pegou nesta vida para construir o seu patrimônio, a sua trajetória.
Eu ouvi hoje numa
rádio, e quero aqui fazer a proposta. Eu lembro que no ano passado, Ver.
Cecchim, no mês de janeiro ou fevereiro, o ar-condicionado desta Casa quebrou.
Não sei se o senhor recorda, nós tivemos um problema na peça de reposição e
ficamos por cerca quatro semanas sem ar-condicionado. E eu lembro de uma fala
do Ver. Janta, que está em licença médica, enfática, aqui, sobre os direitos
dos trabalhadores da Câmara, e nossos, que não tinham ar-condicionado. Pois eu
quero propor que desliguem o ar-condicionado da Câmara, que desliguem o
ar-condicionado da Prefeitura, de todas as repartições, para que nós possamos
nos igualar, Ver. Cecchim, o senhor que é tão atento às demandas da comunidade,
ao que a população vai passar no transporte público de Porto Alegre.
Eu me lembro de uma
frase, Ver. Sofia, que dizia assim: “Melhorou, vai melhorar”. Foi com este slogan que o Prefeito Fortunati foi
eleito; slogan brilhante de um
marqueteiro. Mas eu pergunto para a população, que hoje ainda tem 36% dos
ônibus com ar-condicionado e cinquenta e poucos por cento da Carris, se abrir
mão do ar-condicionado é melhorar a Cidade? Eu estive no Tribunal de Contas com
o senhor, Presidente, e eu fico sem entender por que a EPTC discorreu mais de
60 páginas para defender a manutenção dos 10% da frota excedente no cálculo da
passagem das empresas privadas? E quando tem que recalcular o preço da nova
passagem, a primeira coisa que ela faz é tirar o ar-condicionado. Por que é que
ela não tirou os 10% da frota, que já é reconhecidamente algo que não está de
acordo? E aqui eu apresento a minha discordância sobre o Parecer do TCE sobre
esse ponto. No mesmo dia, o Tribunal de Contas do Paraná determinou a redução
do preço da passagem de ônibus naquele Estado em 43 centavos. Eu tenho certeza
que tem muita gordura para a gente queimar. E eu acho
que é importante a gente lembrar, porque parece que foi esquecido pela Cidade,
que o TCE decidiu a anulação do aumento para R$ 3,05, para aonde iriam esses
vinte centavos que teria aumentado no ano passado? Parece que esquecem que a
Prefeitura tentou fazer esse aumento na surdina, na calada da noite, sem avisar
para ninguém, como Tribunal de Contas condenou, que a Prefeitura mandou para o
Conselho Municipal de Transportes, com 24 horas de antecedência, o cálculo da
passagem. E é isso que o Tribunal derrubou, botou um ponto final nesse conchavo
que estava existindo nesta Cidade. Nessa lua de mel, nessa lua de amor que
estava acontecendo entre a Prefeitura e as empresas. Pois eu espero que o
Presidente da EPTC pare de ser o advogado dos empresários e possa ser,
verdadeiramente, o representante do povo. Do contrário, eu realmente sugiro que
ele desligue o ar-condicionado de sua sala e passe muitos verões como o povo
vai passar.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, colegas funcionários desta Casa, Guarda Municipal, pessoas que aqui
nos assistem, pessoas que nos assistem pela TVCâmara, na luta entre o rochedo e
o mar, quem leva a pior é o marisco. Eu não ia vir aqui e falar sobre essa
situação do transporte público, mas venho também pedir ao meu Governo – vou
tentar uma reunião –, para que se retire essa situação. Às vezes, aqui, nós
fizemos alguns projetos, – e quem vem, como eu, que estou aqui pela primeira
vez –, que parecem até que são desnecessários, como o
projeto do meu amigo Paulinho Motorista. Era um Projeto para ser desnecessário,
mas o Paulinho, sabendo das dificuldades, alguém que viveu, até então, esse
drama de dirigir uma hora, duas horas, seis horas, onze horas por dia... E quem
realmente pega o transporte público sabe da dificuldade que é estar carregando
verdadeiras latas de sardinhas... E agora não que vão retirar o ar-condicionado,
mas agora não colocar isso na licitação. Mas digo, senhores, já não queria
também tocar nesse assunto: licitação vai sair, licitação não saiu durante 16
anos do Governo do PT, e outra, senhores: é bolsa família, é bolsa isso, é
bolsa aquilo! Por que não se cria o bolsa transporte? É bolsa para tudo o que
lado visando a benefícios eleitoreiros! Por que se disse não ao Reitup? Porque
o Governo Federal do PT não quer abrir mão de receitas. E por que o Governo
Tarso não abre mão também da sua receita? Disso não se fala. Vem-se aqui
debater ar-condicionado quando não se tem mais nada para falar. Foi aberta a
licitação; vai ser dada uma valoração após determinação do Tribunal. Aí, quando
não se tem o que falar, vem-se bater aqui em ar-condicionado! É necessário,
sim, ar-condicionado; é necessário, sim, mas esse não é o ponto principal do
nosso debate aqui. Por que o Governo Tarso não abriu mão de receita para baixar
o custo? Por que os Governadores, e entre eles o Governo Tarso, estão indo lá
em Brasília, e não querem o Reitup? Isso se fala aqui? O senhor,
principalmente, que está aí atrás, que nos vê pela TVCâmara: isso é demagogia!
É necessário, sim, tomar um pulso, porque, mais uma vez, quem está tomando
choque é o povo. É necessário que também o Governo do Estado tome partido dessa luta, que é baixar a passagem e que todos
venham a ser beneficiados com ar-condicionado, com poltronas melhores, com tudo
o que se tem para quem anda de ônibus. E eu falo isso, porque também andei
muito de ônibus; hoje, ando pouco. E muitos dos que estão lutando, dos que
estão batendo lá, Paulinho, estão tentando transformar uma luta justa dos
rodoviários... Muitos não usam ônibus! Muitos, os papais vêm aqui buscar, como
houve aqui na Câmara, aqui na frente, de camionete!
Então, senhores, há
todos os lados! É necessário, sim, pulso forte do Prefeito Fortunati. Mas é
necessário, sim, pulso forte da Dilma e do Tarso! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Elizandro Sabino está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, Ver.
Professor Garcia, demais colegas Vereadores, Ver. Paulinho Motorista, que aqui
fez a sua manifestação, nós queremos, sim, dar sequência ao debate que aqui
está sendo promovido. Antes, porém, quero fazer uma manifestação aqui e dizer
da minha alegria também de rever o Ver. Kevin Krieger, que retornou aos
trabalhos, como os conselheiros tutelares juntos aqui na cidade de Porto
Alegre, retornou da FASC, onde desempenhava o seu trabalho. Portanto, o nosso
registro especial.
Sr. Presidente, se
impõe fazer aqui uma rápida observação a respeito da questão da licitação e do
histórico, pois desde 1988, da Constituição Federal, as prefeituras são
orientadas a realizar licitação.
A Lei de Concessões,
de 1995, enfatiza essa necessidade. A Lei Federal nº 8.987 de 1995, a Lei de
Concessões e Permissões, que regulamenta o serviço. Aliás, o próprio Ministério
Público de Contas classifica como uma situação de extrema gravidade o fato de,
até o presente momento, não ter sido realizada essa licitação, Ver. Paulinho.
Agora, Ver. Koppitke,
quando o colega, a quem tenho muito respeito, fala sobre a lua de mel, eu vou
lhe dizer desde quando começou a lua de mel!
A lua de mel começou em 1998 – 0,65 a tarifa; 1999
– 0,70 a tarifa; 2000 – 0,85 a tarifa; 2001 – 0,95 a tarifa; 2002 – 1,10 a
tarifa; 2003 – 1, 45 a tarifa; 2004 – 1,55 a tarifa; em seis anos, o seu
Governo, Ver. Kopittke – Olívio Dutra, Tarso Genro, duas vezes; Raul Pont, e
João Verle, no seu Governo, seis anos, teve um aumento real de 22,5%.
De 2005 para cá, para fazer o exercício: 2005 –
1,75 a tarifa; 2006 – 1,85; 2007 – 2,00; 2008 – 2,10; 2009 – 2,30; 2010 – 2,45;
2011 –2,70; 2012 – 2,85 – 2013 – 2,80. Em oito anos, um aumento real de 12,7%.
Em seis anos, aumento real de 22,5%. Em oito anos, Governo atual, aumento real
de 12,7%.
Ver. Kopittke, a lua de mel começou faz muito
tempo, e começou na sua gestão, na gestão do PT.
Portanto, Vereador, este é um tema que temos que
tratar com muita lealdade, o tema e a sociedade, nós temos que tratar com base,
com termos que nos trazem fundamentos para que a sociedade seja beneficiada.
Quando o Ver. Paulinho se manifesta, e eu fui falar
com o Ver. Paulinho, ele traz a sua defesa à classe da qual ele é oriundo. E
está certo! É legítimo!
V. Exa. há anos conhece as agruras, as
dificuldades, mas V. Exa., também, se preocupa com a população! E eu o
parabenizo por isso! V. Exa. está trazendo o debate a esta Casa.
E, quando levanta a questão do ar-condicionado, eu
quero, aqui, como participante do Governo, também dizer, Ver. Kopittke, ao
colega, que é da oposição, que quando alguém da situação refere, Ver.ª
Fernanda, que o sistema de refrigeração é um apelo da população apenas nos
meses de calor, nós temos audiência pública, aqui, para discutir essas
questões. Nós estaremos discutindo essas questões, porque, na verdade, o debate
tem que ser feito sobre todos os pontos de vista, sob todos os ângulos.
Agora, garanto que quem anda de carro com
ar-condicionado – ou, como desafiou o Ver. Kopittke, quem está aqui com
ar-condicionado –, certamente, se passasse um dia dentro de um coletivo sem
ar-condicionado, sentiria as dificuldades, porque isso é real. O debate terá
que ser feito sem demagogia, o debate deve ser qualificado, e nós estaremos
tratando, sim, de índices, de percentuais, de contas, porque, no final, quem
estará, de fato, pagando essa conta é a população de Porto Alegre.
Para concluir, Sr. Presidente, é nesse sentido que
fazemos a nossa manifestação, em nome da Bancada do PTB. Nós estaremos aqui
dispostos e abertos ao debate, mas a um debate com base nos fundamentos,
argumentos e percentuais, a fim de que a população de Porto Alegre seja a maior
beneficiada. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor
Garcia): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Cumprimento o Sr. Presidente, Ver. Garcia, e os
demais Vereadores, venho me somar a este debate agradecendo as palavras do meu
querido ex-colega e, agora, colega, como Vereador, no Conselho Tutelar,
Elizandro Sabino, mas eu queria fazer algumas colocações em relação ao que
todos falaram aqui, hoje.
Acho que este é um
dia muito importante, e a gente pode, tendo bom-senso, hoje, Ver.ª Fernanda, na
audiência que terão os trabalhadores, voltar ao trabalho, até porque realmente
conseguiram alguns avanços, e outros mais serão discutidos mais adiante. Acho
que isso é importante, assim como o fim gradual do banco de horas, como tu
falaste. São conquistas importantíssimas para os trabalhadores, e também há o
reconhecimento aos empresários que cederam nessa área.
No dia 8 de
fevereiro, sábado, nós tivemos uma reportagem no jornal O Sul. Gostaria, também
– acho que é muito importante –, que todos nós fizéssemos um esforço, porque
precisamos discutir sobre isso. Eu fui e sou a favor do Programa Mais Médicos
para todo o Brasil, sem dúvida nenhuma, porque todos os nossos trabalhadores
precisam acessar o nosso Serviço Único de Saúde e esse foi um projeto
interessante para levar médicos para a periferia da Cidade, mas o que me
espantou realmente é que nós chegaremos a em torno de nove mil ou um pouco mais médicos no
Brasil que serão oriundos de diversas nacionalidades, Ver. Villela, diversas
nacionalidades, mas a sua maioria são médicos oriundos de Cuba, nada contra
esses médicos, e, sim, a favor que eles devem ter os seus direitos garantidos,
Ver.ª Sofia, porque, hoje, hoje, o Governo do Brasil repassa R$ 10.457,00 para
cada médico cubano no Brasil, e sabe quanto este médico cubano recebe no
Brasil? Em torno de R$ 900,00, dos R$ 10.457,00 que o Governo brasileiro
repassa para Cuba, dos R$ 10.457,00 ele recebe no Brasil, na Cidade onde ele
está prestando esse serviço importantíssimo para o nosso brasileiro, ele recebe
em torno de R$ 900,00, Ver. Tarciso. Quatrocentos dólares vão para a sua conta
aqui no Brasil, seiscentos dólares para a conta dele em Cuba, e o restante, que
é a maioria, são quase R$ 8.000,00, vão direito para o Governo de Cuba. São
praticamente R$ 800 milhões de ano, Ver. Cassio que ficam com o Governo Cubano.
Ver.ª Fernanda, se isso não é exploração do trabalho eu não sei o que é.
Gostaria muito, Ver. Comassetto, Sofia e Alberto, que estão aqui, hoje, do
Partido dos Trabalhadores, que pudessem estar junto conosco e se somar para
poder buscar uma melhora para esses trabalhadores, pois um médico não pode
receber só R$ 900,00 para trabalhar no Sistema Único de Saúde do Brasil,
independente da sua nacionalidade, é isto, Ver.ª Sofia, são as notícias que
estão aí. R$ 900,00 é o que chega para o trabalhador, para o médico do Mais
Saúde, que hoje trabalha para o Governo brasileiro, independente da Cidade no
Brasil. Nós precisamos melhorar e verificar a situação desses médicos. Nada
contra nenhum médico de nenhuma nacionalidade o que nós precisamos é garantir
os trabalhadores independentes de onde eles são, e de onde eles vieram, mas um
médico não pode ganhar R$ 900,00 e viver no Brasil, sendo médico comunitário e
atendendo no PSF, e nas Unidades de Saúde da Família.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
vamos voltar ao tema do transporte coletivo. Vamos conversar sobre a licitação
e, de novo, repetir aquilo que já tive oportunidade de dizer aqui: faz tempo
que se fala na licitação, muitos anos! E agora o Prefeito Fortunati vem
trabalhando na redação, no escrever das regras da licitação do transporte
coletivo por ônibus na cidade de Porto Alegre. E são regras que não se escrevem
em poucas semanas, demora muito tempo. Demora tempo. Quando a Justiça – na
minha modesta opinião, até equivocada – exageradamente definiu uma data, ou
melhor, um limite de tempo para encaminhar a licitação, Ver. Tarciso, só é
possível atender àquela imposição da Justiça porque o processo no Executivo já
está adiantado em termos de redação. Não está ainda completo, mas está bastante
avançado em termos de redação, vamos apresentar o processo de licitação.
Eu ouvia agora as manifestações e vou conversar
sobre a manifestação do estimado Vereador e amigo Kopittke, quando faz aquela
crítica duríssima com relação à questão do ar-condicionado nos ônibus. Eu sou
favorável a que haja ar-condicionado nos ônibus. Sou favorável. Agora, repito o
que eu tenho dito aqui: o primeiro Vereador em Porto Alegre e no País – repito: o primeiro Vereador em Porto Alegre e no País – e à época, Ver.
Villela, eu era da oposição – a apoiar o Orçamento Participativo, fui eu! O
primeiro Vereador deste País que aprovou na Câmara a proposta do então Prefeito
Olívio Dutra. Aliás, isso me rendeu palestras pelo País inteiro! Ora, o que
temos que fazer? Se existe – e vai haver – agregado de valor da passagem, é
óbvio, com o ar a passagem vai aumentar; vamos ouvir a voz do porto-alegrense!
É assim que se faz, que se fez e é assim que Porto Alegre é a capital mundial
da participação popular. Não dá para impor goela abaixo se vamos colocar
ar-condicionado ou não! Vamos ouvir a população de Porto Alegre. É essa
proposta que temos aí e que sou amplamente favorável a ela, porque Porto Alegre
é favorável a ela. Vamos discutir com a população de Porto Alegre se teremos ou
não ar-condicionado. Eu repito: eu sou favorável a que tenha ar-condicionado.
Agora, não é uma voz isolada que vai definir e empurrar goela abaixo do
porto-alegrense! A discussão é positiva e Porto Alegre vai discutir esse tema.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
quero agradecer à minha Bancada, especialmente ao Ver. Engº Comassetto, nosso
combativo Líder, e Ver. Kopittke, que aqui estão, dizer que as questões que os
senhores colocam aqui dos tempos da Administração Popular, eu apenas vou
responder com uma frase: aquela época a tarifa de Porto Alegre era a 12ª mais
cara do Brasil. Nos dez anos da administração Fogaça e Fortunati, ela quase
virou a primeira mais cara, só não virou porque no ano passado teve toda a
mobilização, congelamento, redução, teve as ações jurídicas da Bancada do PSOL,
e toda a ação do Ministério Público. É a segunda mais cara do Brasil. E com a
segunda frase: nós tivemos a coragem, quando as empresas ameaçaram parar para
aumentar tarifa, de encampar, de exigir tabela, exigir melhoria, exigir idade
máxima dos ônibus, e o crescente e importante da atuação da Carris, prêmios da
Carris, criação dos Ts, o transporte em Porto Alegre vinha melhorando por pulso
firme da Administração Popular.
Mas eu quero trazer outros elementos importantes,
porque estamos todos pasmos com a segurança com a qual o Prefeito Fortunati
anuncia que não dá para pôr ar-condicionado, porque senão o custo na tarifa
será de 10 centavos, 20 centavos. Como assim essa segurança toda do Prefeito?
Se na quinta-feira, o Tribunal de Contas vota, e agora é o voto decisivo, e diz
o que nós vínhamos dizendo há muito tempo, que não tinha controle na planilha.
Eu vou ler alguns itens que ele diz: “Proceda à exclusão do cálculo tarifário
dos veículos da frota reserva”. Parece-me que se tira a frota reserva e coloca
o ar-condicionado. Está aí, a tarifa está estacionária, Ver.ª Fernanda. Tem
mais: “Adote metodologia de cotação de insumos que compatibilize os valores na
planilha tarifária com aqueles efetivamente praticados no mercado”. E Então,
foi apontado e corroborado pelo Tribunal de Contas que os valores estão
majorados, vários valores da planilha. Se reduzi-los, pode melhorar a qualidade
do ônibus e não vai precisar aumentar a tarifa. “Proceda ao cálculo das
receitas indevidamente auferidas pelas empresas prestadoras do serviço”. Então
tem receita indevida, que elas estão recebendo, que vai reduzir. “Expurgue do
cálculo da lucratividade das empresas as despesas especificadas no item 7,
alínea ‘f’, do Relatório 2, que diz respeito às taxas administrativas do
consórcio”. Se expurgar isso aqui, significa menos, significa retirar, significa
que dá para qualificar ônibus, e a tarifa até reduzir, porque somando tudo
isso. Então, como pode o Prefeito de Porto Alegre, meu Líder, Ver. Engº
Comassetto, já dizer: “Se botar ar-condicionado, tem que aumentar a tarifa”.
Como assim? Tem que proceder a todos esses expurgos. E tem mais: no ano
passado, o Governo Federal deu isenção do PIS e da Cofins. Nós dissemos e
repetimos várias vezes: o valor devia e poderia reduzir em 3,5%, 4% o valor da
tarifa. Não foi reduzido, está incorporado no lucro da empresa. Apliquem a
redução do imposto que o Governo Federal já deu, e nós não precisaremos
aumentar tarifa. Nós podemos qualificar o transporte coletivo. Dei alguns
exemplos, e não é possível que nós escutemos desta Casa, destes Vereadores, que
vêm à tribuna dizer que o Governo Estadual tem que reduzir ICMS, se esta Casa,
a maioria governista, não aceita votar um projeto de lei de transparência, de
controle da gestão, de democratização do Comtu, de prazo para o Comtu, nada,
não aceita. Nós queremos denunciar nesta tribuna: a Casa não quer enfrentar e
não faz a sua parte de colocar regra para resolver isso que o Tribunal de
contas está dizendo, para dar segurança ao Prefeito, para negociar com a ATP,
para exigir da ATP solução rápida de greve. A Casa está se omitindo, e isso é
muito grave! O Tribunal de Contas está fazendo um serviço que nós podíamos ter
feito; que nós devíamos ter feito, Sr. Presidente. Então, encerro, dizendo o
seguinte: não adianta audiência pública três dias antes do edital. Discutam com
a população, porque tem muita questão ainda escondida no lucro das empresas
desta Cidade. Encerro dizendo o seguinte: se tem uma greve heroica, valorosa, é
a greve dos rodoviários, uma greve que não contou com a parceria do gestor
público, com o controle do gestor público. É uma greve que lutou por qualidade
no transporte, por transparência. Hoje, é um dia emblemático, em que eles
conquistaram o fim do banco de horas. O banco de horas era uma escravização do
rodoviário, nosso Vereador rodoviário, e era uma forma que fazia com que a
qualidade do serviço fosse mal prestada, porque o rodoviário, motorista e
cobrador, estava extenuado. Mas isso é, Sr. Presidente, mérito de uma categoria
heroica e valorosa. Infelizmente, faltou a Executivo um maior controle para
poder dizer o que a ATP poderia ou não ter negociado. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
vamos deixar claro, desde o início, o seguinte, Ver. Nereu D’Avila: tudo o que
ocorre em matéria de transporte coletivo na cidade de Porto Alegre, que é
considerado bom, o PT tenta absorver para si e foge da responsabilidade daquilo
que eventualmente possa parecer ruim. Por isso, Ver. Ferronato, V. Exa. sabe
muito bem que essa planilha que é contestada, foi proposta, votada, apoiada e
justificada pelo Partido dos Trabalhadores, e que a sua aplicação tem gerado
algumas distorções em face de circunstâncias que ocorreram. Não dá para se
calcular e se considerar a tarifa no Município de Porto Alegre em condição de
igualdade com outros Municípios deste País, porque aqui em Porto Alegre os
benefícios concedidos, todos eles por decisão desta Casa, são maiores, mais
amplos, do que em qualquer outro Município brasileiro. Eu pergunto: onde, neste
território nacional, pessoas com mais de 60 anos de idade, e até 65 anos, é
isenta do pagamento da tarifa? Onde? Digam-me onde existe essa situação? Isso,
Ver. Kevin Krieger, onera a tarifa e gera algumas distorções, mas o que não
pode ser negado é que até muito pouco tempo, eu diria até hoje, o serviço de
transporte coletivo em Porto Alegre tem sido o melhor do Brasil. Não dá para
comparar aqueles Municípios onde o PT, por exemplo, governa, como no Município
de São Paulo, onde subiram 25% além da inflação o Imposto Territorial Urbano
para ter recurso para subsidiar o transporte coletivo daquela cidade. O que
querem? Querem que nós aumentemos os impostos para aumentar mais ainda o
subsídio? Não, ao contrário, nós temos que ter a coragem de começar a enfrentar
essa realidade injusta, montada a partir da experiência do Partido dos
Trabalhadores do Governo, em que o pobre financia a passagem do mais pobre. Essa
é a realidade, Ver. Tarciso! Quem faz com que as pessoas idosas possam viajar
de graça, as pessoas com 60, com 65 anos, a segunda passagem do transporte
coletivo, tudo isso quem paga é o usuário. Não há nada de subsídio nesse
particular. Então, discursar nesse sentido, querer tirar partido de uma
situação que não comporta uma análise mais profunda é algo com o que não
podemos concordar.
Em verdade, o Prefeito Fortunati enfrenta hoje uma
situação muito especial, judicializar o processo político, judicializar o
processo tarifário... E vem o ilustre Desembargador Da Camino e determina que
em 30 dias se faça a licitação do transporte coletivo em Porto Alegre. Aí, o
Prefeito vai fazer com as armas que dispõe e começam as críticas. As críticas
daqueles que governaram esta Cidade por 16 anos e em nenhum momento fizeram a
licitação. Contem em quantos Municípios neste País foi feita licitação para o
transporte coletivo, determinada em lei federal. Contem e digam-me onde estão.
Digam-me qual Município já tem o seu sistema integralizado nesse particular.
Nenhum! Nenhum! O Prefeito Fortunati está promovendo uma antecipação, com
riscos calculáveis, com riscos admitidos, com a certeza de que haverá alguns
tropeços, porque a pressa, o açodamento determinado pelo Poder Judiciário vai
causar esse tipo de transtorno, Ver. Bernardino Vendruscolo. Vão causar
problemas. Não dá, do dia para a noite, para querer mudar um quadro que está
estatizado no Brasil inteiro, está escancarado neste Brasil inteiro.
Ora, eu acho que há uma justificativa para o
desespero de algumas pessoas, porque há pessoas aqui que, em verdade, não
queriam a licitação; queriam, isso sim, que todo transporte público passasse
para as mãos do Estado, para as mãos do Município, querem que as empresas
quebrem, querem que as empresas deem prejuízo, festejam o caos. E agora, diante
da perspectiva de que a capacidade de negociação entre trabalhadores e
empresários está chegando a uma conclusão, se apavoram! O caos, com a graça de
Deus, vai terminar e o povo vai parar de sofrer com essa greve que estava se
alongando ao longo do tempo. Parabéns àqueles que colaboraram para terminar com
a greve e meus pêsames àqueles que continuavam apostando no caos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, estava atendendo um
pessoal lá no meu gabinete, um cidadão honrado e trabalhador, pequeno
empresário, Sr. Fortuna, meu amigo que aqui está, e, ouvindo o discurso de
vários Vereadores, particularmente ouvi os discursos da oposição, do Ver.
Alberto Kopittke e da Ver.ª Sofia, que, em princípio, não disseram mais do que
aquilo que conhecemos da atitude da sua Bancada, de alguns da sua Bancada. Tem
gente na Bancada que entende. Agora, eu começo pela Ver.ª Sofia que elogia a
greve – elogia a greve. Certamente ela concorda com o caos, com o prejuízo que
ela ajudou a causar, porque estava aplaudindo a greve todos os dias. E é bom
que a população de Porto Alegre saiba quais os Vereadores que ajudaram a dar
prejuízos para os empresários, para os trabalhadores, para os doentes. A Santa
Casa deixou de fazer 40% das suas cirurgias por culpa da greve e de alguns
Vereadores que a estimularam. O comércio deixou de vender 50%, porque os
comerciários foram impedidos de trabalhar porque não tinha ônibus. E até os do
passe livre, quem tem direito ao passe livre, com mais de 60 e 65 anos,
deixaram de comprar nos centros e nos bairros. É isso que a Vereadora está
aplaudindo, o prejuízo da Cidade? Onde é que nós estamos? A população precisa
escutar esses discursos, os discursos de hoje, e ver quais os Vereadores que
apostaram no caos e que aplaudem o prejuízo da Cidade, da população, dos doentes,
dos comerciantes, dos comerciários, dos trabalhadores? É isso que a greve
causou: prejuízo! Lamentável. Os trabalhadores rodoviários, poucos, poucos
estavam querendo nos últimos dias continuar a greve. Muito poucos. Aí a Ver.ª
Sofia não quer mais votar nada porque nós não votamos os projetos que tinham
sido rejeitados nas comissões. Ela quer atropelar regimentos, quer atropelar
lei, quer atropelar qualquer coisa em benefício próprio contra a população de
Porto Alegre e se nós tivéssemos aqui aquela câmera que filmou a deputada que
dançou no mensalão a pegaria dançando aqui também na saída, assim, gozando da
população. Não é isso que os Vereadores de Porto Alegre querem, não é isso que
as pessoas de bem querem e há muitos rodoviários, a grande esmagadora maioria
dos rodoviários são pessoas de bem que querem trabalhar e não querem dar
prejuízo, fazem a reivindicação justa pelo seu salário, para o sustento de suas
famílias enquanto que uma parte desses querem o caos, não estão preocupados com
o salário dos rodoviários. O Ver. Kopittke está preocupado em tirar o
ar-condicionado da Câmara. Aliás, a especialidade do PT é querer voltar atrás;
a especialidade do PT aqui é querer ser Cuba. Eles têm paixão por ser Cuba! Eu
quero que tenha ar-condicionado para todos, inclusive nos ônibus, mas não tirar
o ar-condicionado de quem tem e dar mais ar-condicionado para quem tem. Eu não
quero ser Cuba, eu quero ser mais adiante, eu quero que a população tenha mais,
eu não quero a escravidão que tem em Cuba como o PT defende. Escravidão aos
médicos, escravidão ao povo. Nós queremos mais, nós queremos alegria e a
liberdade de o povo poder ir e vir no seu ônibus com ar-condicionado, sim
senhor. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver. Mario Manfro está com a palavra em
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
MANFRO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, é a primeira vez que
ocupo a tribuna depois de sua eleição, Sr. Presidente. Quero parabenizá-lo e
desejar toda a sorte do mundo. Embora toda essa polêmica a respeito do
transporte, a respeito da greve, é a primeira vez que ocupo a tribuna. Estava
procurando não comentar esse assunto, mas realmente ouvi tanta coisa, tanta
incongruência, tanta hipocrisia... Quando eu cheguei, depois do recesso,
percebi a oposição, cada um, vibrando – realmente vibrando – e apostando no
caos. Não me digam que isso não é bom para a oposição; claro que é! Vamos
deixar de lado a máscara de bonzinhos. A Ver.ª Sofia Cavedon, sem dúvida
nenhuma, deveria mandar currículo – sei que não precisa disso – para
administrar empresas, porque ela consegue milagres! Ela consegue colocar
ar-condicionado em todos os ônibus e diminuir o preço da passagem – isso é um
milagre administrativo. Só faltava dizer que também vai ter bufê de sorvete...
E com uma facilidade incrível: baixa aqui, levanta ali e vai ser o mesmo preço,
até diminuir. É impressionante a sapiência da Ver.ª Sofia Cavedon em termos
administrativos. Muitos estão aqui, não todos da oposição, não vou generalizar,
apostando no pior, apostando no caos. E como disse a Ver.ª Sofia Cavedon, que
responde com uma frase quando se fala em números da planilha; nós poderíamos
responder com números também: 75% da população optou pelo Governo Fortunati.
Então, o Governo Fortunati tem suas responsabilidades, tem que governar e,
realmente, quando o discurso da oposição vai ficando frágil e surge uma
oportunidade dessas – é tudo que a oposição quer! Ouvimos incoerências,
ouvimos, em nome da democracia – e um parêntese –, ouvimos em nome de Deus
tantas pessoas foram mortas na Inquisição. Em nome da
democracia são ditas muitas coisas aqui. Democracia, no meu modo de ver, é
deixar também os rodoviários que querem trabalhar, trabalharem. É colocar a
força pública, a Secretaria de Segurança, a favor daqueles que querem trabalhar
também, e servir quem? O povo. Quem é que foi o maior prejudicado nessa greve
toda? A população de Porto Alegre, o comércio, enfim, todos foram prejudicados.
Não houve ganhador. E se houve acerto na Justiça, parte da categoria assinou e
depois disse que aquelas pessoas não representavam a categoria. É justa a
greve, não é justa a greve? O rodoviário está ganhando muito, está ganhando
pouco? É um caso patronal, é entre o empregador e o empregado e a Justiça.
Agora, muitos aqui têm que tirar uma “casquinha”, têm que aproveitar, têm que
botar seu nome na mídia, têm que botar seu nome em evidência. Isso não pega
mais, minha gente! O povo está cansado! Isso aí é um dos motivos das
reivindicações da rua, e muitos não se deram conta disso! Esse nosso discurso
vazio, esse nosso discurso , “porque nós vamos resolver”, vamos resolver o que
como Vereadores? Podemos pressionar, podemos dar sugestões, mas nós não temos a
caneta. A caneta que o Prefeito Fortunati tem, que o Governador Tarso Genro tem
e que a Presidenta Dilma tem. Então, minha gente, vamos tratar esse assunto de
uma forma séria, vamos realmente torcer para o bem de Porto Alegre e não para o
caos. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 16h36min): Havendo quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2395/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/11, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que
proíbe as pessoas jurídicas beneficiárias de isenções, reduções da base de
cálculo ou outros benefícios fiscais do Município de Porto Alegre, bem como
seus proprietários, diretores e sócios-gerentes, de efetuar doações a campanhas
políticas individuais ou a partidos políticos, enquanto perdurarem os
benefícios concedidos, e estabelece sanções pelo não cumprimento ao disposto
nesta Lei. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela existência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela rejeição do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Adeli Sell: pela rejeição do Projeto e da Emenda
nº 01 (empatado).
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 06-05-13;
- discutiram a matéria os
Vereadores Bernardino Vendruscolo, Mauro Pinheiro (cedeu p/ Bernardino
Vendruscolo), Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Engº Comassetto e Alberto
Kopittke, em 05/02/14.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o
PLL nº 096/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.)
O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 096/11.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a Emenda procurou corrigir uma
observação feita no Parecer prévio da Procuradoria da Casa. Essa Emenda, então,
atende à observação do Procurador da Casa.
Eu quero, antes, fazer um apelo aos Vereadores:
esta é uma oportunidade ímpar que esta Casa tem, como eu já disse em outras
oportunidades, de fazer, ou tentar fazer, melhor dizendo, aquilo que os
Deputados Federais, infelizmente, não fizeram. Só que nós estamos atacando por
um outro viés, que não são questões eleitorais, e sim questões tributárias. Nós
estamos aqui buscando estabelecer que as empresas que receberem incentivos e
tributos ficam impossibilitadas de fazerem doações.
A Procuradoria da Casa, em seu Parecer prévio,
observou – e eu vou citar dois itens, um deles que afasta a possibilidade de
existência de óbice, onde ela diz: “A matéria objeto da proposição se insere no
âmbito de competência municipal, inexistindo óbice legal à tramitação sob tal
enfoque”. Ao finalizar o Parecer, a Procuradoria sinaliza que: “O entendimento
adotado no Parecer é de que o Projeto de Lei dispõe sobre matéria tributária
apenas, não sobre processo eleitoral, de competência exclusiva da União,
Constituição Federal, art. 22.”
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, feitos esses
registros, quero fazer um apelo aos Vereadores para que possamos aprovar este
Projeto. O Projeto tem como objetivo principal buscar uma certa coerência com
as questões públicas, que é aquela que nós estamos defendendo, e este Projeto é
de 2011, não é um Projeto recente. Desde aquela oportunidade, nós sempre
defendemos a possibilidade de não permitir, não aceitar a ideia de que uma
empresa, quando recebe incentivo do Governo – aqui, no
caso, do Município –, que essa mesma empresa receba incentivo e possa fazer
doações para esse próprio governo ou para partidos ou para Parlamentares que
apoiaram, vamos dizer assim, ou não, isso não vem ao caso. Num primeiro
momento, teve uma certa resistência; alguns Parlamentares viram com uma certa
rejeição, Ver. Reginaldo Pujol – estou falando da questão de legalidade. Hoje,
muitos estão convencidos, e a própria Procuradoria da Casa assim entende. Não
quer dizer, evidentemente... Muitas vezes, nós até contestamos os pareceres
aqui, mas essa sinalização da Procuradoria da Casa é importante porque foi dito
hoje por um jornalista mal-informado, atrevido, que avançou um viés que não
poderia ter avançado, dizendo que é de competência do Governo Federal, não sei
o que, aquele negócio todo... Por favor, nós fizemos um apelo cedo, quando
falamos em Grande Expediente, reclamando. Nós temos o maior apreço e dependemos
muito da imprensa, mas a imprensa também tem que tomar cuidado ao citar este ou
aquele Parlamentar, porque, às vezes, os jornalistas colocam o seu sentimento e
extrapolam a sua competência.
Então, é um projeto
sobre o qual temos clareza de que não legisla sobre questões eleitorais, mas,
sim, sobre questões tributárias, condicionando dentro daquilo que é competência
desta Casa legislar. Buscou-se o benefício do governo, é óbvio que está
precisando. Normalmente – eu não vi até hoje, a não ser as questões aqui que
atenderam à Copa do Mundo, e aí envolvem questões do Grêmio, do colorado,
aquele negócio todo –, mas, normalmente, são projetos sociais. Nós estamos
vendo há muito tempo que, de um lado, vem o incentivo, e, de outro lado, essas
empresas ficam liberadas para fazer o seu lobby,
o que nós não achamos justo. Nesse caso, nós não achamos justo, achamos que é
imoral, por isso nós estamos pedindo o apoio dos nossos Pares. Essa é uma
oportunidade para Porto Alegre mostrar que é possível mudar não só aqui, mas no
Brasil.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 096/11
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; é um projeto, eu diria, inteligente, do Ver.
Bernardino Vendruscolo, porque ele é uma coisa e parece outra. Ele olha para um
lado, mas está vendo por outro! É um projeto que deixa uma certa confusão, Ver.
Bernardino. A intenção de V. Exa. é boa, muito boa, como sempre, um homem de
boa-fé, mas eu fico preocupado quando se dá incentivo para um setor inteiro. A
empresa não pediu incentivo! Muitas vezes, o Município precisa dar incentivo. O
Governo do Estado também dá muitos incentivos para segurar a empresa no
Município, para segurar a empresa no estado, ou para trazer as empresas para o
Município. Nós temos um exemplo: as empresas de publicidade; Porto Alegre fez
uma legislação para manter as empresas que aqui estão e atrair outras que
estavam se instalando em Canoas, em Eldorado, em Alvorada, e o Município de
Porto Alegre ia perdendo receita. As empresas até não pediram, mas o Município
de Porto Alegre obrigou-se a fazer uma lei de incentivo para que as empresas
permaneçam em Porto Alegre ou venham para Porto Alegre.
Então, daqui a pouco,
uma lei bem-intencionada como essa do Ver. Vendruscolo – eu não discuto se é
constitucional ou inconstitucional – pode pegar uma contramão aí e fazer com
que muitas empresas que não estão preocupadas com a doação eleitoral – para
elas é até um favor que se façam todas as leis para eles não contribuam mais...
As empresas gostariam, adorariam que se fizesse isso. Mas o que eu quero dizer
é que, sem querer, uma lei dessas pode impedir a atração de empresas ou a
permanência delas aqui em Porto Alegre. Elas não pediram! Agora, se o projeto
dissesse que as empresas que fizeram doação para campanha de qualquer Vereador
não poderiam receber incentivo...
Imaginem: se uma ou
duas empresas do setor tivessem feito uma doação numa campanha anterior, todas
as outras ficariam prejudicadas. Eu acho que isso é muito complicado, e não sei
se dá para estudar ainda um pouquinho mais. Eu queria votar a favor do projeto
porque tudo o que diz toma lá dá cá eu
sou a favor de se frear; em princípio, temos que dar uma segurada. Mas eu não
entendi bem ainda se isso não vai acabar dando uma trancada em setores que,
muitas vezes, são importantes para o Município e, por uma doação que alguém fez
meio desavisado, acabam perdendo. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 096/11.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores; este projeto, Ver. Bernardino Vendruscolo, que elogio em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores é uma demonstração de que é possível a
Câmara interferir no sistema político, aprofundar e qualificar o sistema
político e a democracia brasileira. A nossa Bancada apoia porque já compreendeu
que o sistema em que o poder econômico tem força de indução da representação
nos Parlamentos e nos Executivos não garante a democracia substantiva, não
garante igualdade perante a democracia, não garante a permeabilidade da
população e dos movimentos sociais junto aos Parlamentos, não garante que os
direitos se imponham aos privilégios. Um sistema político que permite que o
poder econômico monte bancadas, que o poder econômico, através do merchandising, através de estrutura de
campanha, através de programas de televisão belíssimos, através de contratação
de grandes atores para conduzir os programas, através de etc., etc.,
etc... Um sistema político desse modo distorce profundamente a democracia
brasileira, Ver. Garcia. E o Ver. Bernardino, ciente, propõe isso para a
Cidade: o País não resolveu, mas quem sabe a Cidade possa apontar um caminho.
Na discussão que eu fazia na semana passada, eu
lembrava que a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, entrou com uma ação de
inconstitucionalidade contra essa medida, e temos quatro votos dos Ministros do
STF a favor da sua iniciativa, Ver. Bernardino Vendruscolo, nessa compreensão
da distorção da democracia brasileira. Eu respeito a forma com que cada
Vereador pode fazer aqui o debate, mas nós – nem a população, nem os
rodoviários – não vamos aceitar simplificações que aqui tentaram fazer: que a
oposição quer ver o pior dos piores, que a oposição faz mágica, que a oposição
é irresponsável, é demagógica... Porque não é, porque é muito séria. Nós,
nesses 15 dias de greve nos envolvemos muito, mas não insuflando greve, porque
nós não somos rodoviários e rodoviárias – nós somos Parlamentares. Nós nos
envolvemos – e falo da minha parte e da parte da minha bancada – com a mediação
da greve, com a insistência na mediação, com a proposição de alternativas, e
nós, Ver. Professor Garcia estamos encaminhando...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereadora, eu vou lhe solicitar que se detenha ao
tema.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: E eu peço a V. Exa. que avalie esta intervenção, porque o Vereador é
livre na tribuna para exemplificar com o tema que quiser, Presidente, e eu lhe
respeito muito...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Livre no momento em que o tema tenha sido
abordado, Vereadora.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Não, Presidente. Não há guarida, no Regimento, para essa intervenção na
intervenção da Vereadora. Perdão, Presidente, e eu lhe respeito demais. Eu
peço-lhe perdão, porque é o Professor Garcia – eu o admiro. E eu sei que a
pressão vem da base do governo, que não aguenta escutar! Eu escutei crítica,
Vereador, e o que eu estou explicando, explico e exemplifico, é que nós
precisamos compreender e não simplificar e responsabilizar a oposição, que
constrói, sim, medidas consequentes. Nós propusemos aqui a indicação do passe
livre ao Prefeito Municipal e a Justiça disse “sim, é de ingerência do Prefeito
Municipal”. Ele poderia não ter penalizado a população, e vocês vêm aqui e
responsabilizam a oposição. Não, senhores! Se o Prefeito decreta passe livre
ele libera o ônibus e não penaliza a população.
(Aparte antirregimental.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ah, é muito difícil! É muito difícil, porque a ATP não ia suportar
tamanho prejuízo, Vereador. E aqui, de novo, se fala. Chega de as empresas
incidirem sobre governos! Agora vocês vão entender aonde eu quero chegar. O que
o Ver. Bernardino propõe é que as empresas não incidam sobre os governos, que
as empresas não incidam sobre os Parlamentares, que elas não possam contribuir
para campanha.
E eu vinha fazendo analogia, e eu me pergunto por
que foi tão difícil para o Prefeito intervir numa greve de 15 dias. Foram dez
dias, pelo menos, sem nenhum ônibus. Eu me pergunto por que o Prefeito está à
beira de responder por improbidade, Vereador-Líder do Governo. Por que isentou
a OAS de R$ 160 milhões de obras viárias e terá que mudar o Termo de
Compromisso, senão vai responder com o próprio patrimônio. Está no Ministério
Público e no Tribunal de Contas resolvido isso. E a ata de reunião, a
Prefeitura vai mudar o Termo de Compromisso. Eu me pergunto que influência tem
essa empresa, que conseguiu tamanha isenção em prejuízo de direitos. São R$ 160
milhões que saem dos cofres públicos, porque a iniciativa privada não fará
obras por benesse do Prefeito.
É disso que estamos falando! É dessa mudança no
sistema político que não aprisione mandatos, que não aprisione Parlamentares,
que não aprisione Executivos nos privilégios, e que esses, em nome do povo e da
democracia brasileira, defendam os direitos, defendem a equidade, votem pela
população, trabalhem pelas condições dignas de vida da coletividade e trabalhem
pelo interesse comum. Então, Ver. Bernardino, a nossa Bancada vota com V. Exa.,
porque a democracia precisa evoluir, aprofundar e construir equidade. Chega de
o poder econômico comandar a democracia brasileira.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Eu vou insistir no sentido de que o Vereador pode
falar o que quiser dentro do Tempo de Liderança, os demais assuntos têm que ser
pertinentes. Às vezes, a volta permite. Senão, vamos levar todo o tempo
anterior que nós falamos. Senão, fica difícil para quem está conduzindo, e eu
não quero fazer o cerceamento. Eu sei, Vereadora, mas a senhora tem que se ater
ao tema proposto, senão a gente começa a viajar.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 096/11.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs Vereadores,
eu não vou reafirmar aqui as minhas opiniões a respeito da juridicidade deste projeto
de lei, porque, se um projeto que trata de contribuições para campanha política
não trata de direito eleitoral, do que ele vai tratar? Direito eleitoral é
competência exclusiva da esfera federal. Mas eu discuto o mérito também e fico
muito surpreso, porque vejo a Ver.ª Sofia falando eloquentemente em nome do
Partido dos Trabalhadores como se houvesse uma amnésia neste País, como se o
Duda Mendonça tivesse recebido os recursos que recebeu na campanha do Lula e
não fosse através de repasses do exterior para cá. Ninguém sabe de onde e por
que vieram! Ora, acho que não querer clareza nas contribuições, não querer
identificar quem contribui é porque querem trabalhar com o caixa dois. Querem
fazer o mensalinho, já tiveram o mensalão nacional, agora querem o mensalinho
de Porto Alegre. Aliás, eu vejo pessoas virem aqui discursar contra
contribuição de empresas e vivem mordendo os empresários de Porto Alegre, nas
campanhas políticas e fora delas! E aí, Ver. Cecchim, V. Exa. que financia a
sua própria campanha fica com autoridade moral de nos criticar. Eu declaro
peremptoriamente que nunca fiz campanha política com meus recursos, porque não
os tenho! Eu dependo da contribuição de pessoas que acreditam em mim! Aliás,
pelo que eu sei, Ver. Ferronato, a grande maioria, se não a totalidade dos
Vereadores desta Casa, agem dessa forma.
Agora, o Ver. Bernardino Vendruscolo, na sua
honestidade, procura tratar de um pedacinho de um problemão. Quer dizer, com
relação ao Município, ele faz toda essa resistência, aí o Banco do Brasil, o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, o Banco do Rio Grande, aí todas as
instituições do Estado vão continuar a poder, por baixo da ponte, passar
recursos para o seu candidato predileto, e nós vamos ficar aqui em Porto Alegre
bancando o rígido. Ora, eu tenho um Projeto de Lei tramitando na Casa há dois
anos, sonho um dia vê-lo aprovado, que refaz, Ver. Cecchim, uma grande
injustiça: esta Casa cochilou numa oportunidade e reduziu a alíquota do Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza dos hospitais e das clínicas de Porto
Alegre, de 3% para 2%. Ora! É uma maravilha! Só não se deram conta de que no
mesmo projeto aumentaram a base tributária, de 40% do total, para a
integralidade. Eu quero retornar; com isso, vou dar benefícios para várias
entidades hospitalares e clínicas. E um sócio dessa entidade, um diretor
regional dessa entidade não pode contribuir com a minha campanha de forma
transparente? Onde é que está a moralidade nisso? Ora, moralidade é
transparência. Eu jogo jogo aberto. Ver. Guilherme Socias Villela, V. Exa., eu
sei, foi o maior contribuinte da sua própria campanha. V. Exa. muito pouco se
valeu do seu prestigio pessoal. Eu, lamentavelmente, Vereador, não posso fazer
uma campanha política com meu recurso próprio porque já disse que não os tenho,
nunca roubei, nunca fiz parte de mensalão, nunca fiz parte de esquemas
especiais, como outras pessoas que recebem apoio. Declaro, coloco na minha
declaração como candidato. Por isso, Ver. Bernardino, vou votar contra a sua
proposta, reconhecendo a lisura do seu procedimento, especialmente porque agora
você saiu do Partido Social Democrático, do Ver. Tarciso, onde o ex-Prefeito
Kassab é acusado de se eleger com o apoio de uma entidade criada por
empreiteiro para financiar a sua campanha. Ora, lá em São Paulo vale. Aqui,
estão criando toda essa dificuldade. Vou concluir, Sr. Presidente, para dizer
sinceramente: chega de se fazer fantasia; quem é rico, pode se dar ao luxo de
abrir mão da campanha; eu não sou rico, não posso abrir mão de contribuição. A
minha prestação de contas é aberta, está na Internet, como podem verificar. É
isto que eu quero: transparência, lisura, jogo aberto. Chega de mensalão! Chega
de caixa dois! Chega de inverdades!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Só um pedido: para os Vereadores tomarem cuidado
com o que falam, porque, senão, nós vamos entrar em outra ceara, o que não é
muito bom.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 096/11.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, eu, realmente, Ver. Nereu D’Avila, Ver. Reginaldo Pujol, não posso
ser favorável ao projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo porque eu também sou um
cara pobre, eu preciso de que alguém me ajude. Tem muito pouca gente que me
ajuda, Idenir Cecchim – muito pouca gente! E aí eu vou votar um projeto como
esse do Ver. Bernardino Vendruscolo? Sei que o Ver. Bernardino Vendruscolo
pensa no bem de todos e na transparência – não é, Ver. Guilherme Socias
Villela? –, mas não vou poder acompanhar o Ver. Bernardino Vendruscolo. E,
depois dessa aula que eu levei aqui hoje... A professorona chegou aqui, deu uma
demonstração grande do Prefeito, dizendo que o Prefeito é culpado de tudo nesta
Cidade. O Prefeito Fortunati é culpado até pelo calor! E aí quando vem para
discutir um projeto que é debatido, o projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, a
Sofia Cavedon bota o Prefeito Fortunati. E eu, tu sabes, Kevin Krieger, que eu
estou começando a acreditar na professorona? Ela dá tanta aula, tanta aula,
tanta aula que eu estou ficando assim: ou é verdade ou é mentira. Então, eu
acho que, com mais um pouco de aula, a professorona vai me convencer a ficar
favorável ao projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, porque eu tenho convicção
de que não votaria favoravelmente, porque sou um Vereador que trabalho, sou
pobre e tenho que pedir ajuda. Não existe, não tem como... Então, senhores,
votarei contra o projeto do meu querido irmão Bernardino Vendruscolo, sempre
ajudo a apoiar, mas neste não estou junto, Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 096/11.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
nossos telespectadores e ouvintes, nós estamos aqui tratando de um projeto do
Ver. Bernardino Vendruscolo que aborda a questão financiamento público de
campanha eleitoral. Eu concorro, aqui em Porto Alegre, desde 1986 – faz tempo,
façam a conta em dias. E sei, sim, das agruras, da embrulhação e da enrolação
que é o financiamento público de campanha, Ver.ª Jussara. E sei, sim, que
aquele empresariado que sistematicamente te procura é exatamente aquele que
jamais deu um centavo para as nossas campanhas. E toda vez que querem benesses,
eles vêm nos procurar. Portanto, eu, na ideia, na proposta do projeto do Ver.
Bernardino, sou favorável. Agora, a questão é lei eleitoral. E mais: já que
alguém se explica em campanha, na minha campanha, eu não saio de casa, eu pego
um telefone, fico três meses sentado, telefonando e me elejo. Agora, é uma
questão de cada um. É muito perigoso o discurso de chegar na tribuna e dizer:
Bom, quem vota contra é a solução da pátria, ou melhor, é o ruim da história, e
aquele que vota favorável é a solução do nosso País. Eu sei, conheço a posição
da PGM, que é contrária, que diz que o projeto é inconstitucional, que diz que
necessariamente, se aprovar, é preciso vetar. Por que nós, da base do Governo,
em um termo menos refinado, vamos empurrar no
colo do Prefeito a responsabilidade de vetar o projeto; pois votemos contrários
pelas convicções que temos. Aqueles que acham que o projeto é inconstitucional
votem contrariamente. Não há nenhuma posição de confronto com o Ver. Bernardino
Vendruscolo; muito pelo contrário. Eu acho que a questão da proposta trazida
para a Casa possibilita, viabiliza essa tragédia, que é o financiamento de
campanha neste País. Uma tragédia! Repito: uma extraordinária tragédia.
Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda nº 01 ao PLL nº 096/11.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 10 votos SIM, 13 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Márcio Bins Ely, o PLL nº 096/11. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 10
votos SIM, 15 NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
estou encaminhando a Declaração de Voto à Mesa.
(O Ver. Reginaldo Pujol procede à entrega da Declaração de Voto.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Muito
obrigado.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 2207/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/13, que declara de utilidade pública a
Associação Comunitária Jardim Protásio Alves.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 13-11-13.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão
o PLE nº 023/13. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1748/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/13, de autoria do Ver. Elizandro Sabino,
que inclui a efeméride Semana Municipal de Incentivo à Adoção de Crianças e
Adolescentes no Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do
Município de Porto Alegre – Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010, e alterações
posteriores –, na semana do dia 25 de maio.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. João Derly: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 23-10-13.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão
o PLL nº 175/13 (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O
Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
175/13.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, o projeto que está em votação trata da
inclusão da Semana Municipal de Incentivo à Adoção de Crianças e Adolescentes
no calendário de datas comemorativas e de conscientização do Município de Porto
Alegre. Como já é de conhecimento de todos os colegas, nós estamos na
presidência da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos das Crianças e
Adolescentes na Câmara Municipal de Porto Alegre. A Constituição Federal de
1988, no seu artigo 227, estabeleceu diversos direitos, entre os quais crianças
e adolescentes, elevando o direito de convivência familiar e comunitária. O que
foi ratificado em 1990 pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº
8.069/90, o art. 4º do ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, traz
elencado diversos direitos, entre os quais a convivência familiar e
comunitária. Portanto, a Lei nº 12.010/2009 traz um grande avanço, porque ela é
a nova Lei de Adoção, trazendo critérios, trazendo o Cadastro Nacional de
Adoção, que foi adotado por proposição e criado pelo Conselho Nacional de
Justiça, CNJ, há seis anos. Esse Cadastro naturalmente vem com o objetivo de
agilizar os processos de adoção e também reduzir o número de crianças e
adolescentes nos abrigos.
Na realidade, Sr. Presidente e colegas Vereadores,
este Projeto da Semana Municipal de Incentivo à Adoção de Crianças e
Adolescentes, objetiva trabalhar a conscientização, a estimulação e despertar a
necessidade de adoções tardias no Município de Porto Alegre. Porque, para que
os senhores tenham uma ideia, há dois grandes empecilhos para a adoção. O
primeiro é o preconceito com relação à cor. Infelizmente, embora esse
preconceito venha diminuindo, ainda atrapalha. Em 2010, 31% dos pretendentes
afirmavam não se importar com a cor da pele; hoje, apenas 40% atestam isso no formulário
do Cadastro Nacional. Outro empecilho é a idade, porque nove em cada dez
pessoas que querem adotar crianças, querem adotar crianças com até cinco anos
de idade. Isso significa que 90% das crianças cadastradas não têm a pretensão
de serem adotadas; ou seja, são crianças de oito anos até adolescentes de 17
anos incompletos. Portanto, o Projeto vem em bom momento, vem com apoio e
também com o trabalho em consonância com a Promotoria da Infância e da
Juventude, com o Juizado Especial ou com o Juizado da Infância e da Juventude
do nosso Estado, para incentivar os porto-alegrenses a adotar. Aliás, quero
exaltar esse que é o maior requisito: para adotar uma criança é preciso amar.
Então, eu peço o apoio de todos os colegas para aprovar este Projeto. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Elizandro Sabino. O Ver. Kevin
Krieger está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 175/13.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, eu quero me solidarizar com o Ver. Elizandro Sabino por
este Projeto de Lei criando a Semana Municipal de Incentivo à Adoção de
Crianças e Adolescentes. Importantíssima
iniciativa, Vereador. Eu tive a oportunidade, à frente da FASC, ao longo de
cinco anos, de verificar que realmente nós precisamos atuar mais nessa área.
Nós tínhamos, em 2009, em torno de 30 equipamentos e unidades de acolhimento
institucional na cidade de Porto Alegre; hoje nós temos 70, de 30 para 70. Esse
foi o esforço que nós fizemos à frente da Fundação para acabar com a Casa de
Passagem, para acabar com a Casa de Acolhimento, que tinham mais de cem
crianças acolhidas. Hoje nós temos 70 unidades, entre abrigos residenciais até
20 crianças, e casas lares até 10 crianças, de acordo com o Sistema Único da
Assistência Social que nós implantamos na cidade de Porto Alegre. E, sem dúvida
nenhuma, uma discussão através desta semana, pode viabilizar a melhoria na vida
de muitas crianças e adolescentes a terem uma família que lhes possa dar,
realmente, uma vida melhor. Há muita dificuldade na adoção de crianças, acima
de cinco anos, de diferentes sexos e etnias. Então, realmente, esse
esclarecimento é muito importante, e também essa aproximação com o Poder
Judiciário, que é muito importante no processo dos abrigos e das casas lares do
Município, e no esclarecimento para a sociedade como um todo. Em relação a
isso, então, pode contar com o meu apoio e o meu voto favorável ao seu projeto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 175/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, considero este um dos temas mais relevantes pela
delicadeza e complexidade do processo de adoção de crianças e de adolescentes
neste País e nesta Cidade. Acho que a iniciativa, Ver. Elizandro, é importante se ela
tiver ancoragem no Governo Municipal, nos Ministérios Públicos, na Promotoria
da Infância, no Juizado, porque, de fato, nós temos grandes barreiras a
superar. Grandes barreiras! São barreiras culturais, são preconceitos, são
medos, senso comum: “Se criança, filho próprio, dá problema; imagina adotada!”
É o que eu mais escuto de muitos casais amigos que gostariam de ter filhos e
não conseguem, e eu incentivo a adoção. Acho que a gente tem iniciativas, mas
são muito pontuais no sentido de atingir o conjunto da população na
desmistificação das dificuldades da adoção.
O Ver. Kevin – Secretário da Assistência Social até
bem pouco tempo – sabe da imensa população abrigada de crianças. São mil
crianças em Porto Alegre, talvez nem todas já destituídas de pátrio poder, mas
muitas crianças aguardando uma família para construir a sua vida fora da
instituição, com vínculos afetivos permanentes e mais próximos.
A abrigagem é muito importante desde que seja uma
transição, uma passagem. Quando nós chegarmos, enquanto sociedade, a esse
caminho, a esse lugar, nós seremos, de fato, uma outra condição para a infância
e adolescência. Eu sempre tive o sonho de adotar, mas a minha vida não permite,
porque a minha família diz que eu vou adotar para alguém cuidar, mas isso não
está descartado, Ver. Professor Garcia. Eu sonho em adotar uma menina, porque
eu tenho dois queridos e amados meninos e acho que deveria ser o sonho de todas
as famílias, que sonham em ter filhos e que percebam que existem exemplos
maravilhosos, como existem muitos exemplos de medo, mas tem muitos exemplos de
grande sucesso, até de semelhança física desenvolvida a partir da adoção. Só
que isso é muito pouco apropriado pelo conjunto da sociedade, ao mesmo tempo em
que não se quer expor as crianças e adolescentes que estão abrigadas; portanto,
não se pode fazer propaganda das crianças. Nós temos muitos mecanismos, muitas
formas por dentro das estruturas de Estado não só pelo esforço de ONGs, pelo
esforço de grupos que eu sei que existem para estimular
a adoção. Mas há as estruturas, e estruturas transversalizadas. Essa ideia
linda que os indígenas tinham de que todas as crianças são nossas crianças, são
nossos filhos, essa solidariedade que encontramos nas classes populares, e isso
eu gostaria de frisar: quantas e quantas situações há nas classes populares em
que, solidariamente, as crianças vão sendo incorporadas, adotadas pela família
sem a dificuldade, sem os preconceitos, sem as barreiras que, muitas vezes, as
famílias mais estruturadas, com renda adequada, têm. Por outro lado, eu tenho o
exemplo lindo de uma colega, funcionária, que demorou anos para convencer o
judiciário, Ver. Kevin, de que ela podia adotar. Ela tinha um defeito físico e
era sozinha. Hoje ela vive com uma menina maravilhosa, que encontrou a
felicidade. Mas demorou alguns anos para ela passar por todas as barreiras,
para ser considerada apta a adotar.
Então, são muitas as
medidas necessárias. Acho que a Casa, Elizandro, firmando uma Semana e, depois
vigiando para que essa Semana seja viva, seja mobilizadora de fato, dá uma
contribuição numa área muito delicada, que pode fazer a felicidade de muita
gente. Não é só a criança que sai do abrigo que vai ser feliz; com certeza, é o
casal, o casal heterossexual, o casal homossexual, a pessoa, o solteiro, a
solteira que quer assumir uma paternidade ou uma maternidade. Parabéns, a nossa
Bancada certamente vota junto e é parceira na divulgação dessa Semana.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 175/13.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores; quero cumprimentar o eminente Ver. Elizandro
Sabino por essa iniciativa que, já se vê, encontra repercussão nas mais
diversas Bancadas pela sua grandiosidade, pelo seu humanismo: a inserção, no
calendário de efemérides, de que trata o seu projeto.
Eu queria também
dizer que considero a adoção uma das maiores expressões de solidariedade
humana. Nesse diapasão, há muitos anos, protocolei nesta Casa a isenção do IPTU
e do ISSQN para quem adotasse crianças ou adolescentes. Teve enorme
repercussão, inclusive jurídica, tendo sido vetado. Houve recurso até o Pleno
do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, onde encontramos uma forte
repercussão favorável ao projeto, mas a iniciativa, na época, foi julgada
inconstitucional. Lembro até que a hoje Ministra Maria do Rosário era Vereadora.
Ela, hoje, se arrepende de uma declaração que deu na época sobre essa minha
iniciativa, dizendo que eu queria pagar ou estimular, através de isenção, a
adoção. Muito pelo contrário! Eu sou adotado e sei da grandiosidade de quem
adota. Jamais estaria nesta tribuna hoje, como Vereador de Porto Alegre, já com
uma história modesta inserida na história da Cidade, se eu não tivesse sido
adotado lá no interior do Estado. Então, eu sei muito bem da grandiosidade
dessa situação por experiência própria. A hoje Ministra, beleza de gente,
grande pessoa, a Maria do Rosário, até já me disse que teve uma compreensão
equivocada da nossa intenção. Hoje estou buscando retirar do arquivo essa nossa
iniciativa para que ela volte à discussão.
Recentemente,
terminou a novela “Amor à Vida”, e a Rede Globo – eu até já fiz referências –
levantou essa questão, inclusive, duplamente, através de dois homossexuais e da
adoção de uma criança de cor negra. Achei muito interessante – e não é por ser
Rede Globo, poderia ser a Rede Bandeirantes ou o que fosse – a iniciativa e a
discussão, que mostraram para a população o tema. Na adoção, muitas vezes as
pessoas querem um loirinho de olhos azuis, uma menina de olhos azuis, uma
criança bem novinha. Mas, graças a Deus, estão diminuindo essas situações, e as
pessoas estão adotando crianças mais velhas, que são as que sofrem mais por
ficarem em situações muito constrangedoras por mais tempo.
Por tudo isso,
Vereador, eu o cumprimento pela iniciativa; qualquer iniciativa do gênero é
importante. Eu tenho certeza de que o projeto será aprovado por unanimidade
porque é um tema tão forte, tão importante, tão emblemático que não há como
pensar de outra maneira. Eu também estou modificando aquela minha iniciativa de
anos atrás para que voltemos a essa discussão através de uma situação que vou
propor à Câmara, mas essa é uma discussão a posteriori. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 175/13.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, prezado Ver. Elizandro Sabino; antes de tudo,
queria cumprimentá-lo. V. Exa. conseguiu fazer aqui, nesta tarde, a Ver.ª Sofia
Cavedon e este Vereador falarem na mesma direção. O Ver. Nereu D’Avila, na
mesma direção; o Ver. Kevin Krieger, com a experiência que tem, também. Hoje,
nós tivemos uma tarde iluminada aqui. É um lugar de debates fortes a Câmara de
Vereadores, é. Mas momentos como esses, quando um Vereador quer exaltar, e eu
entendo que V. Exa. quer exaltar aqueles que lutam para que se adotem crianças
que precisam e que merecem ser adotadas, que têm um coração inocente. Vejam só
o que eles pedem, o que eles querem, qual é o tesouro que eles procuram: um pai
e uma mãe. Esse é o tesouro que essas crianças precisam. E V. Exa. propõe que
se vote aqui a efeméride de uma Semana em homenagem àqueles que se dispõem,
àqueles que ajudam e àqueles que pregam que se adotem crianças e adolescentes
que estão à mercê da sorte de terem um lar. Acho, Ver. Elizandro, que hoje nós
terminaremos esta tarde aqui na Câmara com a alma mais leve. Terminaremos
esta tarde, que foi de debates cerrados, intensos, de uma maneira mais doce,
mais amorosa e mais próximos do que Deus gostaria que todos nós fôssemos:
amando-nos uns aos outros, e principalmente, amando aquelas crianças que
precisam de um tesouro enorme, um pai e uma mãe, um lar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Idenir Cecchim.
Em votação o PLL nº 175/13. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Parabéns, Vereador.
Apregoo Termo de Renúncia a Cargo da Mesa. (Lê.):
“O Vereador que subscreve renuncia, a contar desta data, ao cargo de 1º
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, justificando a medida em
face de assumir a Presidência da CEDECONDH, o que gera incompatibilidade
regimental para a ocupação simultânea de ambos os cargos. Sala das Sessões, 10
de fevereiro de 2014. Ver. Alberto Kopittke”.
Apregoo Termo de Indicação para Cargo da Mesa.
(Lê.): “A Bancada do Partido dos Trabalhadores neste Legislativo, em
observância ao acordo político-administrativo firmado por todos os partidos
políticos com representação nesta Casa, submete a indicação do Vereador Mauro
Pinheiro para ocupar, após os trâmites regimentais, o cargo de 1º
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Sala das Sessões, 10 de
fevereiro de 2014. Vereador Alberto Kopittke. Vice-Líder do PT no exercício da
Liderança”.
A eleição será realizada na quarta-feira, conforme
o Regimento.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Presidente, atendendo ao Regimento, encaminhei o devido Requerimento
agradecendo ao senhor, aos colegas da Mesa, com quem eu partilhei um mês e meio
de trabalho, e tenho certeza de que o colega Mauro vai seguir na sequência do
trabalho, até porque o ano que vem será o nosso Presidente; então, para o bem
administrativo da Casa, acho que é uma ótima solução. E eu sigo os trabalhos à
frente da CEDECONDH, onde eu tenho o compromisso com o tema da Segurança e não
poderia, de forma alguma, abrir mão. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Só agradeço ao Ver. Alberto, como Líder da nossa bancada, pela
Indicação, e farei o possível para ajudar V. Exa. na administração da Casa.
Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Tenho certeza disso, Vereador.
O Ver. Cassio Trogildo solicita Licença para Tratar
de Interesses Particulares no período de 17 a 26 de fevereiro de 2014. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
INDICAÇÃO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND. Nº 003/14 – (Proc. nº 0302/14 – Ver. Engº Comassetto e outros) – ao Sr.
Prefeito Municipal, que seja decretado, imediatamente, passe livre geral,
enquanto durar o impasse da greve dos rodoviários.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação a Indicação nº 003/14. (Pausa.)
O SR. NEREU
D’AVILA: Sr. Presidente, uma indagação: esta matéria já não foi votada?
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Votada, naquele dia, no sentido de puxar; depois de
48 horas ela entra no rito normal.
O SR. NEREU
D’AVILA: Entra novamente?
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Não é novamente. O Requerimento foi para que nós
votássemos na Ordem do Dia daquele dia. Não foi aceito, mas o Regimento prevê
que, depois de 48 horas, a matéria entra no rito normal.
O SR. NEREU
D’AVILA: O.k., obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, este requerimento nós apresentamos ao Sr. Presidente na
última Sessão, e o Presidente, aliás, de forma muito correta, seguindo o
Regimento da Casa, colocou para apreciação do plenário o nosso pedido de
urgência. Deixo aqui o agradecimento e o destaque pela sua atitude correta,
institucional, magistral. Este requerimento – é importante esclarecer para os
colegas e para a população – foi feito há cinco dias, parece-me; Ver.ª Sofia,
por favor, corrija-me aqui.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Há uma semana? Ou quarta?
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Quarta-feira, cinco dias. Se ele tivesse sido aprovado por esta Casa,
pelos colegas, nesses cinco dias em que as negociações – Oxalá, assim esperamos
– se findem hoje na assembleia daqui a pouco; se essa proposta que nós fizemos
tivesse sido acolhida pela Casa, enviada ao Prefeito e ele tivesse acolhido
seus argumentos, a população de Porto Alegre não precisaria, ao longo desses
cinco dias que passaram, ter pago os R$ 4,00 por viagem de van ou lotação. Mas
quem pagaria essa conta, Ver. Pujol? Obviamente, é uma resposta que nós nos
preocupamos em dar; afinal, temos responsabilidade como partido democrático e
de governo. A origem dos recursos vinha exatamente do recurso que está na conta
da ATP – a associação dos empresários –, que detém todos os recursos que são
depositados no cartão Tri, por antecipação, se o cidadão coloca R$ 20,00 ou R$
50,00. Eu acho que as pessoas pensam que esse dinheiro vai para uma conta da
Prefeitura, que, depois, ressarciria as empresas conforme a pessoa vai usando.
Esse dinheiro não é pouco, o giro do recurso vai para mais de R$ 500 milhões
por ano, e esse dinheiro rende! Ele fica parado na conta da ATP, tanto a
antecipação de passagem quanto o vale-transporte, em torno de R$ 10 milhões, só
deste mês, pelo menos. Eu não posso afirmar, porque essas contas não estão na
Internet e, se alguém souber me dizer, pergunto ao Líder do governo, onde eu
encontro essas contas, essas planilhas abertas em tempo real, eu agradeceria.
Até me faltou, na petição que fizemos ao Judiciário, Ver. Nereu, para que, com
esse recurso de 15 dias, o Prefeito custeasse o passe livre até o fim da
negociação.
Então era uma proposta, uma forma propositiva de
distensionar os ânimos, de tirar a pena da população por esse impasse, porque,
com certeza, é a população quem mais sofre, e que teria sido uma boa saída.
Nós temos muita esperança que, no dia de hoje, às
19h30min, os rodoviários e as suas lideranças, que são autônomas, que não são
mais ligadas, Ver.ª Fernanda, aos interesses das empresas, porque, quando eles
eram ligados aos interesses das empresas, eu nunca vi aqui alguns colegas
reclamarem dessa vinculação, que os ditos sindicalistas tinham, do sindicalismo
pelego, mas quando o sindicalismo se autonomiza sempre surgem vozes que
realmente não gostam que os trabalhadores se organizem. Mas eu tenho certeza
que hoje... Aliás, quero louvar aqui finalmente a postura da senhora
desembargadora que determinou o fim do banco de horas, uma proposta justíssima.
A Ver.ª Sofia me corrige: ela não determinou o fim; nas negociações, conforme
as reivindicações dos trabalhadores, hoje se chegou a um acordo na mesa de
negociação, aqui coordenada pela desembargadora – é isso que estou louvando –,
está acabando com esse direito, que não me parece nada adequado aos dias de
hoje, que um trabalhador fique à disposição de uma empresa por 12, 13 horas.
Então, são soluções que se encaminham. Quero crer,
tomara que a partir de hoje essa proposta não seja mais necessária. Mas fica a
questão: por que outras medidas que poderiam ter sido tomadas, não o foram para
diminuir o impacto? Por que a Prefeitura foi um sujeito ausente nesse processo?
Ou melhor, todas as vezes que o Prefeito veio a público, ele piorou a situação,
ele incendiou mais a situação, ele aprofundou o impasse ou em vez de ser um
ente do diálogo, que realmente buscasse... Então fica esta sugestão, as razões
dessa proposta que nós apresentamos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Declaração de Voto
firmada pelo Ver. Reginaldo Pujol, relativa ao PLL nº 096/11.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Primeiro, queria de dizer que é muito tardia essa
votação. Nós estamos já no 15 dia da greve dos rodoviários, fizemos um
Requerimento na semana passada para que a Câmara aprovasse uma Indicação ao
Prefeito Fortunati, uma vez que não tem a caneta para decretar o passe livre,
mas que fizesse uma indicação política para o Prefeito, no sentido de minimizar
os impactos da greve dos rodoviários à população da nossa Cidade, até porque a
própria categoria votou na sua assembleia que voltaria cem por cento a
trabalhar, com 100% da frota na rua, se houvesse a catraca livre para garantir
a mobilização dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, obrigar os empresários a
irem para a mesa de negociação. E eu fico muito chocada com os Vereadores que
ocupam esta tribuna, assim como fez o Prefeito Fortunati, para criminalizar os
trabalhadores que estavam em uma greve justa, legítima e necessária, diante da
superexploração do trabalho, dos baixos salários, das péssimas condições de
trabalho e, ao mesmo tempo, das péssimas condições do transporte coletivo na
cidade de Porto Alegre. Agora, eles nunca vêm a esta tribuna falar dos lucros
ilegais das empresas. Eles não vêm aqui na tribuna dizer que a greve durou mais
de dez dias porque os empresários se recusavam a negociar, mesmo tendo ganhado
milhões de reais às custas da população, de maneira ilegal, os mesmos
empresários que não colocavam a verba de publicidade. Setenta por cento da
verba de publicidade, que deveria estar na planilha estava indo para outros
fins, ficando na mão de uma empresa de comunicação que ninguém conhece, e, pela
lei, deveria ir para o plano de saúde dos rodoviários. Nunca falaram dos
indícios de superfaturamento lá em 2011, do pneu, do diesel, da recapagem.
Nunca falaram da frota reserva que era calculada como frota operante, ou seja,
os ônibus que estavam parados estavam sendo calculados, e a população estava
pagando. A população pagou, apenas no ano de 2012, R$ 72 milhões a mais, por
conta desse cálculo da inclusão da frota reserva nos cálculos da planilha
tarifária. E quando os trabalhadores fazem uma greve e dizem que colocariam
100% dos ônibus à disposição, caso a catraca fosse liberada, os mesmos não se
preocupam com a mediação; tratam de criminalizar os trabalhadores, e não
aqueles que, na sua intransigência, na sua arrogância, comportaram-se como os verdadeiros
donos de Porto Alegre, recusando-se a negociar com a categoria, não avançando
em nada as suas propostas, até o oitavo dia, em que começou uma mesa de
negociação, culminando com a mediação, hoje, no TRT. Eu avalio como uma grande
vitória dos trabalhadores a extinção do famigerado banco de horas. É uma
violência com qualquer trabalhador ficar 13, 14 horas à disposição da empresa
sem receber essas horas, saindo às 6h da manhã e chegando às 8h da noite em
casa, sem poder conviver com a família e com os filhos para ganhar baixos
salários. É desumano o que esses trabalhadores rodoviários passam!! E ainda
haverá um tempo gradual de extinção do banco de horas: começa a partir do
dissídio e vai até 1º de agosto a extinção completa pelo que foi negociado hoje
no TRT, junto com outras cláusulas. Então, evidentemente essa votação é tardia,
porque, durante todo esse tempo de negociação, a população poderia estar
utilizando o passe livre, enquanto os trabalhadores seguiam a sua mobilização.
E o Prefeito Fortunati poderia dizer que os recursos para pagar o passe livre
sairiam dos lucros ilegais de 2011, sairiam dos lucros ilegais de 2012, sairiam
do dinheiro antecipado do vale-transporte do trabalhador, que está depositado
nas contas da ATP e que não está sendo utilizado porque a população está
pagando R$ 4,00 para poder ir e voltar do trabalho. Quatro reais! Mas não, o
Prefeito, assim como boa parte dos Vereadores, prefere criminalizar aqueles que
são vítimas da superexploração, aqueles, como os usuários do transporte
coletivo, que pagam caro para um serviço de qualidade duvidosa, também são
vítimas dessa péssima qualidade, com ausência de ar-condicionado, com a
sobrecarga de trabalho, com os atrasos sistemáticos das linhas, com o trânsito
caótico! Em vez de pegar a sua caneta de Prefeito para defender os interesses
da população e dos rodoviários, mais uma vez defendeu os interesses dos
empresários do transporte coletivo da cidade de Porto Alegre. Então, eu quero
deixar aqui consignado evidentemente o nosso apoio a essa moção que nós
assinamos, e mais esse registro: a Câmara, intencionalmente, porque os
Vereadores votaram contrariamente à antecipação da votação na semana passada,
vota tardiamente essa matéria.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu achei que, depois
do projeto do Ver. Sabino, hoje, nós estaríamos quase indo embora, mas tem mais
esse para votar, e nós não vamos nos furtar da discussão, pelo menos. Eu até
acho que, antes do final da discussão, a própria Bancada do PT vai pedir para
retirar esse encaminhamento, visto que me parece a greve estar chegando ao seu
final. Então, não teria sentido nenhum votarmos passe livre. Poderia ter
escrito nessa Indicação de votação, Ver. Márcio Bins Ely, dizendo que, nos
próximos passes livres previstos por lei, serão descontados os dias de passe
livre de agora, mas não tem nada disso escrito nessa Indicação. Se a greve
durasse oito dias, os próximos oito dias de passe livre que a legislação
determina cairiam. Aí eu pergunto: essa é uma boa troca? É. Mas e essas pessoas
que se utilizam do passe livre justamente nesses dias? Não vamos nos preocupar
com elas? Temos que nos preocupar! Então, é muito complicado estabelecer passe
livre sem saber quem é que vai pagar. Isso é uma coisa. Não são só os
empresários que sofrem com isso! A Carris, por exemplo, que já vem meio que com
um prejuízo de R$ 2 milhões por mês, porque a Carris tem ar-condicionado em
mais da metade da frota. A Carris faz algumas coisas que as outras empresas não
fazem de transporte verdadeiramente comunitário e cidadão – como se gosta muito
de falar aqui nesta Casa – transporte cidadão. A Carris faz isso e ela pagaria
com isso e não tem dinheiro. As empresas têm prejuízo econômico; mas e os
pobres que andam no passe livre, Ver. Tarciso Flecha Negra? Aqueles que não têm
condições e esperam um dia para poderem andar, para virem até o shopping, por exemplo? Essas pessoas não
vêm dar rolezinho. A grande maioria dessas pessoas usa o passe livre como uma
oportunidade de vir ao Centro, de vir ao shopping,
de visitar seus amigos, de visitar seus parentes. E o que propõe aqui a Bancada
do PT: tira deles isso tudo? Eu acho que não dá para votar isso. Eu não queria
nem votar contra. Eu acho que deveriam... Não tenho nada que dar conselho para
a bancada dos outros, Ver. Brasinha, mas seria uma bela atitude retirar esse
pedido de Indicação de votação de passe livre. Eu acho que isso já não ajuda em
nada a greve a terminar, porque ela está terminando graças ao bom-senso das
partes, que renegociaram. Então, eu faço um apelo, pois, se tiver que votar, eu
votarei contra, mas eu não gostaria de votar contra. Eu gostaria de ver esse
assunto já ter passado batido porque não é mais momento, a essas alturas,
depois de 15 dias de greve que trouxe sofrimento para a população e para toda a
Cidade, que está terminando. Não é momento de se votar passe livre, porque já
não cabe mais esse tipo de demagogia e nós não somos tão ingênuos assim. E eu
tenho coragem de explicar para a população, sim: eu não votarei a favor do
passe livre em nenhum momento. Não é só agora na greve. Em nenhum momento eu
votarei a favor do passe livre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; quero dizer, Ver.ª Fernanda Melchionna,
Ver. Pedro Ruas, autores dessa Indicação, que não votarei favoravelmente porque
eu não consigo enxergar a possibilidade de nós termos, aqui em Porto Alegre, o
transporte gratuito. Eu não consigo enxergar essa possibilidade. Então,
lamentavelmente, eu não votarei favoravelmente a essa Indicação.
Agora, eu gostaria de dar um elogio, a começar pelo
Ver. Idenir Cecchim e aos demais Vereadores do Governo que têm vindo a esta
tribuna fazer contestações, críticas, encaminhar contra a Indicação. Eu fico, a
cada dia que passa, mais admirado, pois V. Exas. representam um Governo que é
tão incompetente, mas tão incompetente que eu nunca tinha visto igual. E V.
Exas. têm uma coragem para defender essa incompetência, por isso eu quero
elogiar todos – Ver. Alceu Brasinha, V. Exa. é um defensor, enfim, todos os
senhores. Como é que nós conseguimos chegar até aqui sem uma negociação? Agora
se avizinha; parece que para amanha está prometida aí. Agora me admira a
autoridade de V. Exas., Ver. Márcio Bins Ely, quando vêm a esta tribuna e falam
como se estivessem resolvendo todos os problemas da Cidade. Fico apavorado, eu
não sei o que... Eu busco alguma resposta para isso e não consigo encontrar.
Tento fazer um curso de teatro e ninguém me aceita, porque tem que ser muito
artista para interpretar dessa forma. Se chegar alguém aqui em Porto Alegre da
Bahia, de Salvador, enfim, meu Deus do céu! E agora apareceram os 10% dos
ônibus com ar-condicionado. Por favor! Isso, para quem não entende, é “o bode
na sala!” Mas é capaz...! Isso não se sustenta! Só se os senhores começarem a
defender o retorno das carroças, transporte de passageiros por carroça. Bom, aí
eu começo a imaginar que... Não cabe mais isso, é óbvio que o transporte
coletivo vai ter que ter ar-condicionado! Mas como que não? E começa: se tiver,
vai ter aumentar R$ 0,10, baixar R$ 0,10. Só um pouquinho, não tomem tempo do
povo! Não, não é verdade! Isso é “o bode na sala” para negociar, para ajustar
alguma coisinha ali, é óbvio! O senhor acredita nisso, Ver. Tarciso? Claro que
não! Então a discussão se bandeia para os R$ 0,10. Isso é para tirar o foco.
Então eu não vou, desculpem-me, eu não vou, porque eu não acredito em alguma
coisa de graça, eu acho que todos têm que pagar, têm que pagar aquilo que é o
razoável e o melhor possível. Então eu não vou votar com os senhores, peço a
compreensão, mas eu não podia deixar de tentar mostrar o meu sentimento, que é
uma base sólida, Ver. Reginaldo Pujol. Vossa Excelência, com muitos anos de
experiência, não sei como consegue acreditar na capacidade de negociação dos
seus companheiros. É difícil! Nós, que estamos vendo aí, meu Deus do céu!
tantos dias! É uma discussão que todos nós estamos vendo que é uma cortina, mas
é óbvio! E briga o 12 de um lado, o 13 de outro, isso é verdade! É só uma briga
de siglas. Só um pouquinho! E os senhores estão se deixando levar. São vários
Partidos que compõem a base do Governo e têm que se tocar! Há uma sinalização
de questões partidárias futuras. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Derly
está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
O SR. JOÃO DERLY: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero tratar deste assunto da greve que
paralisa a nossa Cidade há mais de duas semanas, que tem traçado grandes
conflitos e aumentado os problemas da população com esse calor extremo em Porto
Alegre. Até nós, Vereadores, fomos dispensados do uso do paletó em virtude do
calor. Mas tudo indica que, através do acordo firmado entre os trabalhadores e
os empresários, no TRT, hoje à noite essa greve pode findar. Mas a crise do
transporte em Porto Alegre vai muito além disso, vai além da disputa, do
conflito do trabalhador com o empresário, pois há muitos anos a nossa Cidade
vive a falta de licitação no transporte público. Ano após ano o valor da
passagem aumenta e a frota de ônibus continua sem qualidade, os ônibus
continuam lotados, há poucas linhas com ar-condicionado, e o trabalhador
rodoviário trabalha em condições precárias. Enquanto as passagens subiram mais
de 600%, o salário dos trabalhadores ficou pela metade. Nós, do PCdoB,
defendemos um plano municipal de mobilidade urbana que valorize o transporte
público em detrimento do transporte individual, isso equacionando o preço com a
qualidade. Isso é importante, equilibrar o valor com a qualidade do transporte.
Em meio a toda essa crise, por determinação judicial, a Prefeitura anunciou uma
licitação com 100% da frota de ônibus sem ar-condicionado. Temos a convicção de
que isso é um retrocesso absurdo! Na opinião do nosso Partido, isso é um
desrespeito com as pessoas, fere a dignidade
dos usuários, dos trabalhadores, desestimula o uso do transporte coletivo – e
uma das coisas que nós achamos importante é que as pessoas realmente possam
utilizar o transporte público. E acredito que Porto Alegre perdeu uma baita
oportunidade de modernizar e melhorar seu sistema de mobilidade urbana, pois
poderia utilizar os investimentos e financiamentos destinados à Copa do Mundo
para um plano de malha cicloviária, para melhorar o transporte público com o
deslocamento para o Centro da Cidade.
Há pouco li no
Twitter a fala do Prefeito de que a população tem que saber que “não tem almoço
grátis”. É claro, mas o Poder Público também tem que saber que não é uma
questão de R$ 0,10, e, sim, uma questão de dignidade para os trabalhadores e
para os usuários. A população de Porto Alegre não aguenta mais ser maltratada!
Nós temos que dar atenção real para o que está acontecendo em Porto Alegre.
Quando a gente fala em passe livre durante a greve, significam mais de cinco
dias que a população poderia ter um ganho. Como Vereadores, nós temos que
pensar, sim, na população, que é a grande prejudicada com o que tem acontecido
na nossa Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 003/14,
como autora.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa Bancada compreende que, infelizmente, por
decisão desta Casa, estamos votando num dia em que possivelmente já não tenha
mais objeto. No entanto, não vamos nos furtar ao debate, porque esse é um
instrumento de gestão da Prefeitura de Porto Alegre. Nós vivemos 15 dias de
greve dos rodoviários, algo nunca pensado nesta Cidade. Era no máximo um, e era
uma parte apenas dos rodoviários; mantinha-se 30% da frota, e a população nunca
sofreu, acumulado ao calor de 40º, tamanha a
falta de condições de deslocamento na Cidade. Eu fico imaginando – e aqui eu
quero fazer isso publicamente –, porque é muito fácil fazer a interpretação de
que os Vereadores que estão apoiando a solução, o diálogo, a negociação, o
encaminhamento, são contra a população e querem dar prejuízo à população.
Oito mil rodoviários
na cidade de Porto Alegre e suas famílias são população de Porto Alegre. E hoje
o Weber, um dos líderes dos rodoviários, abriu a reunião de negociação dizendo
que conseguiram, neste ano, dar o grito dos oprimidos; que eles tinham, de
fato, muita dificuldade, porque não tinham o sindicato que tivesse a
interlocução com a categoria, que escutasse a categoria e que pautasse os seus
temas. Oito mil rodoviários que iniciaram uma greve, não sem aviso: um mês de
operação tartaruga, pedidos de reunião; no ano passado e retrasado, muitos
momentos de embate nesta Cidade; participaram das mobilizações nacionais, no
dia nacional de paralisação; levantavam as pautas muito firmemente. Eu participei
de várias reuniões de negociação na Nortran, por exemplo, pelo fim dos
tabelões, que estavam massacrando os rodoviários. Então, este tema não é avesso
ao Prefeito de Porto Alegre, porque foi tratado muitas vezes com o Cappellari,
Secretário dos Transportes. Então, o que nós dizíamos: não vamos desconsiderar,
não dar importância de que a pauta neste ano tem outra contundência, é preciso
atitude da Prefeitura de Porto Alegre. Muitas vezes, a gente disse desta
tribuna, ao Vice-Prefeito Sebastião Melo, pelo menos ao telefone, que não é
possível que só no 4º dia de greve tivesse reunião com a ATP. E a ATP, Ver.
Bernardino Vendruscolo, não acenou nada, e a Prefeitura mandou técnicos. Então,
faltaram instrumentos de gestão da Prefeitura, não suficientes, e talvez o
passe livre fosse um instrumento poderoso. Os rodoviários tiraram na sua
assembleia, na qual eu não fui, Ver.ª Jussara Cony, porque eles dizem: “Os
Vereadores foram à assembleia, conduziram a assembleia”. Imagina! Mas nesta
primeira eu não estava. Vereador nenhum conduz assembleia nenhuma; a categoria
tem uma grande autonomia, uma independência, uma organização, e tiraram em
assembleia. Os rodoviários queriam primeiro atender 30%; depois, teve uma ação
da Prefeitura solicitando à Justiça 70%. Isso incitou a categoria, que aí disse que não, que 70% acabaria com a greve. E a Juíza deu os
70%! Então, eu acho que a Prefeitura não usou os instrumentos que teria para
usar. Teria custo? Teria, mas quem disse que não iam poder trabalhar com
compensação com passe livre? Bom, mas isso a Prefeitura não precisava anunciar, é a gestão que ela tem sob a sua
disposição. Tanto que nós chegamos
na segunda semana propondo que a gente institucionalizasse pela Câmara e
respaldasse o Prefeito. A gente sabe que isso tem uma conta.
Então, senhores,
quero deixar muito claro: toda a nossa ação é uma ação que respeita
profundamente os trabalhadores sempre nas suas lutas. Foi o tempo inteiro
buscando saídas, buscando propostas que pudessem precipitar o final da greve.
Nós não vamos votar hoje, não pretendemos. Eu quero aqui terminar dizendo que
nós esperamos, Vereador-Presidente, que, hoje à noite, a categoria, que teve
uma belíssima conquista que é o fim do banco de horas, e não é para eles essa
conquista, é para as suas famílias, que vão ter uma certa regularidade, a hora
extra será paga como hora extra...
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Para concluir,
Vereadora.
A SRA. SOFIA CAVEDON: E eu concluo: a
população terá um cidadão, um trabalhador motorista e rodoviário muito mais qualificado,
mais tranquilo, fazendo um trabalho com mais prazer, gentileza e condições.
Então, é uma vitória de toda a população de Porto Alegre. Pena que foi tão
longa, e, na minha opinião, tem responsáveis por ter sido tão longa.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº
003/14.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores; a rigor, Sr. Presidente, eu acho que eu nem deveria
assomar a esta tribuna. Eu não sem sequer se nós vamos ter quórum para votar
essa proposta tamanho é o esvaziamento da Casa que a gente verifica. Essa
discussão é inócua, Ver. Tarciso, porque a intenção da Indicação era a de se
enviar uma proposta ao Prefeito para que, enquanto durasse a greve, não
houvesse a cobrança das passagens de quantos viessem a ocupar os ônibus de
Porto Alegre; passe livre para Deus e para todos.
Parece-me que agora,
quando todos os segmentos envolvidos no processo anunciam o entendimento para o
término da greve, acreditar que ele não vai ocorrer é apostar no caos. Todos
nós, eu acredito, queremos que termine essa greve. Nós estamos falando do
prejuízo de A e de B. Mas vocês já calcularam quanto representou de prejuízo
para esses milhares de porto-alegrenses que tiveram que se valer de transportes
alternativos a R$ 4,00 ou a R$ 4,20, durantes esses dias, para viajar
desconfortavelmente, pagando um preço 50% maior do que pagariam normalmente e
deixando de utilizar o vale-transporte, que lhes está assegurado? Não é algo
que as empresas tenham na sua mão e de que possam dispor livremente. Há um
contrato.
Por isso, Ver.
Vendruscolo, a quem eu ouço sempre com a maior atenção, vejo que V. Exa. se
mostra surpreso de como é que nós, que pertencemos à base do Governo,
conseguimos defender o Governo em determinadas circunstâncias. Eu quero dizer a
V. Exa. com toda a tranquilidade que fui independente nesta Casa por longo
tempo, fiquei 30 anos fora do Governo. E agora, quando há um ano faço parte da
base governista, eu vivo tendo contrariedades, por que não? E V. Exa. até tinha
que ter cuidado em me chamar para o debate porque eu votei sistematicamente com
os projetos de V. Exa. que são sistematicamente vetados pelo Governo. Se V.
Exa. acha que eu sou vaquinha de presépio, eu lhe provei o contrário só nisso.
Há bem pouco tempo,
em dezembro, Presidente, a Casa, praticamente por unanimidade, votou um projeto
na área da previdência municipal, na área da Saúde; eu fui o único voto
contrário. Agora, o Veto do Prefeito atinge exclusivamente as emendas que eu
propus e que foram aprovadas pela Casa. Ora, eu não quero que isso me isente e
digam que o Pujol é um dissidente do Governo. Não, eu sou uma pessoa que tem a
cabeça no lugar e tem posições. Então, isso explica por que, às vezes, podemos
até parecer raivosos no debate aqui nesta Casa. É que vemos tantos absurdos,
tantas colocações equivocadas que a reação só pode ser essa.
Agora mesmo nós
estamos há 40 minutos discutindo uma matéria inócua. Essa Indicação, se fosse
aprovada, não poderia ser cumprida, pois a greve vai terminar! A greve – já
anunciaram trabalhadores, empregadores, todos os segmentos, a Justiça do
Trabalho já oficializou um acordo – vai terminar! Graças a Deus, Ver. Tarciso!
E nós estamos discutindo esse assunto?! Ora, vim à tribuna exclusivamente em
função desse tipo de provocação inteligente que alguns fazem. Eu não vou
alterar a minha posição; na maioria das vezes, eu tenho que ser solidário com o
Governo porque ele é acuado com incompreensões absolutamente injustificadas. Se
o Governo diz que tem que fazer um aumento tarifário, todo mundo sai gritando.
Por dois centavos, o Governo vem sendo acusado há meses de ter beneficiado os
empresários do transporte. Agora, quando ele alerta que, para manter o
ar-condicionado dos ônibus – que eu acho que deve ser mantido – precisa ter um
acréscimo de dez centavos na tarifa, todo mundo se escandaliza. Ora, não se
pode ter duas medidas para as mesmas situações: ou a gente passa a ter, aqui na
Casa, um debate civilizado em que seja possível a gente raciocinar e abandonar
o extremismo, ou, então, nós vamos sucumbir perante eles. Eu quero voltar a ser
aquele Pujol que tinha acusação, no Governo do PT, de ser conciliador. Agora,
para que isso ocorra, é preciso que todos estejam efetivamente dispostos ao
diálogo e ao entendimento, não ao radicalismo, que é o que eu vejo nesta Casa.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Presidente Garcia, na
pessoa de V. Exa. quero cumprimentar os Vereadores, as Vereadoras, o público
que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara; senhoras e senhores, nós estamos
enfrentando uma situação muito grave em Porto Alegre que afeta centenas de
milhares de pessoas, trabalhadores, e nós queremos aqui nos manifestar com
muito respeito a todas essas pessoas que estão tendo verdadeiros transtornos nas suas
vidas com relação a horários, com relação a custos, que têm que pegar
transporte escolar e lotação, pagando quase o dobro do preço para poderem se
deslocar para seus serviços, numa aparente situação de enfrentamento entre
empregador e empregado que desrespeitam um serviço de concessão pública, e
acabam por envolver a todos nós, agentes políticos, pessoas públicas, poderes
instituídos, que têm as suas responsabilidades e atribuições dentro desse
contexto.
Eu queria pedir licença para parafrasear a coluna
do Paulo Sant’Ana, da Zero Hora, deste domingo, e trazer, aqui, a interpretação
de alguns artigos da Lei de Greve, Lei nº 7.783, que acho oportunos, porque
dizem respeito à uma situação muito grave, que nós consideramos também, da
omissão do governo do Estado com relação à nossa Brigada Militar, nesse
contexto.
Eu gostaria de, primeiramente, ler o que foi
publicado no Página 10, da mesma ZH de domingo, a pedido da Associação dos
Oficiais da Brigada Militar – Asofbm, o que considero ser pauta de um debate
aqui, na sequência, em que pese estarmos em vistas de uma solução para a greve.
É algo muito grave. Assina a Associação dos Oficiais da Brigada Militar, Ver.
Pujol: “Garantir a segurança dos cidadãos, a proteção do patrimônio e a
manutenção da ordem pública são atos de ofício da Brigada Militar, instituição
legalista, sempre ao lado do povo gaúcho. As manifestações livres e ordeiras,
assim como o estado regular de greves e paralisações também são assegurados por
essa proeminente Corporação. A lamentar-se a aparente omissão governamental do
Estado do Rio Grande do Sul, que impede a ação da Brigada Militar para que
contorne ou apazigue o caos que ora se instala em Porto Alegre. Associação dos
Oficiais da Brigada Militar“. (Mostra o jornal.) Está aqui, na Página 10, da
Zero Hora, a Associação dos Oficiais da Brigada Militar do Estado do Rio Grande
do Sul indignada com a postura do Executivo estadual com relação à greve.
A Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre a greve, estabelece, no
seu art. 6º “As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas
não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar
ameaça ou dano à propriedade ou pessoa”; e, no seu art. 11 “Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos,
os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a
garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade” – e o direto de ir e vir
é uma necessidade inadiável. Então, realmente, eu fiquei perplexo, Ver.
Villela, com a decisão da justiça de manter a greve e não permitir que aqueles
trabalhadores que querem trabalhar – porque tem motoristas de ônibus que não
estão podendo trabalhar porque não está sendo permitido – o façam. Então, nos
parece muito descabida essa intervenção, também agora, por parte do Poder
Judiciário, no que diz respeito a uma obrigação ou a um serviço essencial na
Cidade, que é o transporte. E, para concluir, Sr. Presidente, diz ainda o art.
14 da Lei: “Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas
contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a
celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho”.
Então, concluindo,
espero que nós tenhamos uma situação de solução hoje. Agora, querer submeter à
Câmara um deboche, dizendo que a solução é catraca livre? Por favor! Não
combinaram com os russos, ou alguém aqui vai acreditar que os motoristas de
ônibus vão dirigir só porque não estão cobrando a passagem? Ou que os
proprietários e os empresários, se liberarem os ônibus, não vão cobrar passagem?
Então vamos levar a sério essa situação.
Quero dizer que vamos
votar contra esse encaminhamento, porque, no nosso entendimento, é um deboche
com a sociedade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.
O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que
nos assistem. Estou olhando ali o relógio, Presidente, são 18h26min... Todos
sabem o meu Partido, o PSD; não sou situação, nem oposição, sou independente. E
Pujol, que bom que vai acabar a greve! A partir de meia-noite eu quero colocar
uma pedra em cima dessa greve. O que eu quero dizer: passado é passado, Pujol,
vamos para frente, na nossa querida Porto Alegre, esse querido povo de Porto
Alegre. Que essa greve sirva de lição para nós todos, que, Oxalá, isso não
venha mais a acontecer.
Nós sabemos que os ônibus, mais cedo ou mais tarde,
vão ter ar-condicionado. Uma capital como a dos gaúchos, Porto Alegre... Rio,
São Paulo, Bahia é impossível não ter ônibus com ar-condicionado. Vamos olhar
um pouquinho mais à frente, parabenizar a EPTC pelo trabalho maravilhoso que
está fazendo dentro da Cidade, com a segurança, com o trânsito; parabéns ao
Cappellari e à sua equipe. Coisa boa a gente tem que falar também, e eu estou
aqui para falar as coisas boas e mostrar as coisas ruins.
E quero pedir mais iluminação para o centro de
Porto Alegre. Aquele Centro é tão lindo, aqueles bojos lindos, mas as lâmpadas
todas quebradas, tudo sujo! Vamos olhar um pouquinho para o nosso Centro, para
os nossos postos de saúde, dos quais esta população carente precisa muito.
Nós ficamos aqui uma hora falando de uma greve que
daqui a uma hora, uma hora e meia, duas horas, três horas, não existirá mais.
Os ônibus vão estar amanhã rodando, há um acerto de todos os trabalhadores
junto com os empresários. Que maravilha que a Câmara de Vereadores se entendeu
também com todo mundo colocando a sua posição sobre a greve. Isso é importante;
eu acho que faz parte da democracia. E todos sabem: eu vim aqui muito pouco,
porque isso me doía e me irritava. Estou vindo agora, no final, dizer a minha
posição: a minha posição, desde o primeiro dia, está clara no meu e-mail, no meu site; todos os que acessam meu e-mail
sabem do meu voto, o que o Tarciso votaria. O meu voto sempre, sempre vai ser
com o povo. Oxalá, amanhã, esta Capital maravilhosa volte a viver com paz e
saúde, como diz o Dib a todos. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 003/14, pela oposição.
O SR. PEDRO
RUAS: Muito obrigado, Presidente Garcia; Vereadoras, Vereadores, o tema
continuou sendo a greve, mas há um ângulo que parece que não foi explorado nas
conversas e nos debates. E eu gostaria, modestamente, de registrá-lo. As
pessoas esquecem que são 60 anos – 60 anos! – sem licitação. O setor do
transporte coletivo, esses empresários do setor do transporte coletivo são
cartelizados, oligopolizados, só defendem os seus interesses e só visam ao
lucro. Nunca, em qualquer momento, tiveram qualquer objetivo de natureza
social. Somente visam ao lucro e se organizaram de
uma maneira que só entra ali quem eles permitem e só sai quem eles querem, e
fizeram com que durante décadas a Cidade se dobrasse aos seus pés. Na verdade,
eles agem como uma verdadeira máfia porque a sua organização, ao arrepio da
lei, pois não cumpriram o que determina a Constituição Federal, não cumpriram o
que determina a Lei nº 8.666, não cumpriram o que determina a Lei nº 8.133, e
chantageiam sistematicamente a população. Se não houver reajuste de tarifa,
eles fazem isso ou aquilo ou aquilo outro, ao longo dos anos foi assim. O setor
dos empresários do transporte coletivo, particularmente de ônibus, repito, se
constitui, por suas praticas, uma verdadeira máfia; assaltam há décadas o povo
de Porto Alegre. Essa circunstância tem que ser enfatizada. E agora, salientam
que o ar-condicionado não pode existir nos ônibus, mas ele existirá nos carros
oficiais, ele existirá nas viaturas que conduzirão as autoridades. O
trabalhador do setor rodoviário e o povo em geral podem ter uma sensação
térmica de 60 graus dentro dos ônibus; é isso que estão dizendo. E durante todo
esse período, todo ele, os empresários milionários, todos milionários, sem
exceção, todos, jamais imaginaram perder as suas extraordinárias concessões,
verdadeiras capitanias hereditárias, que receberam por concessão, sem
licitação, sem concorrência, e que passam de geração em geração como patrimônio
pessoal e familiar. Para todos nós, que acompanhamos isso há muitos anos, isso
se constitui num verdadeiro escândalo. E este momento, derradeiro e definitivo,
que todos nós gostaríamos que acontecesse, o final da greve, ele está também
servindo de maneira didática por quem expõe em pedagógica, porque ensina, que
nunca mais a população olhará o transporte coletivo da mesma maneira, nunca
mais as autoridades terão a coragem de beneficiar esse
setor empresarial como fizeram até agora. Nunca mais o povo vai se submeter,
como se submeteu antes a qualquer tipo de tarifa. E os trabalhadores
rodoviários aprenderam a força que têm.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 003/14.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público da TVCâmara e das galerias, quando
me inscrevi como liderança do Governo, fiquei pensando o que falar, neste
momento representando o Ver. Airto Ferronato. E, por coincidência, o Vereador
que me antecedeu falou pela oposição, e fala muito bem, mas não falou que o que
está acontecendo em Porto Alegre não é culpa do Fortunati. Ele deu a entender
tudo o que acontece com os empresários do transporte coletivo, e tento
esclarecer o episódio, o lucro dos empresários, o aumento da passagem, há
décadas, vem assim, e tem muita gente tentando colocar a culpa no Prefeito
Fortunati.
Então, dou os
parabéns pelo seu discurso de eximir a culpa deste Governo. Só que V. Exa. não
colocou no Governo do PT. Hoje teve um Vereador, se não me engano foi o
Elizandro Sabino, que fez um levantamento, mostrou as passagens, e mostrou a
evolução das tarifas nos 16 anos do Governo do PT. Agora o seu discurso foca no
lucro dos empresários, mas não foca que o Prefeito Fortunati, o governo do PMDB
e do PDT não tiveram culpa nesse sentido.
O que importa para
todos nós é que a greve vai acabar. Por que estamos dizendo isso a esta hora na
TVCâmara? Porque a proposta feita aos rodoviários era praticamente impossível
de não ser aceita, Ver. Pedro Ruas. Não sei se já leram a proposta, mas não
serão descontados os dias parados; nem eu queria que fosse. Só acho que será
impossível não aceitarem essa proposta. Até porque, Ver. Reginaldo Pujol, e meu Líder,
Airto Ferronato, a maioria dos rodoviários que eu conheço – e todos sabem que
moro numa comunidade pequena, tenho vizinhos motoristas do lado quase da minha
casa – estão loucos para voltar a trabalhar, porque eles estavam preocupados.
Imaginem se chegassem ao fim do mês de fevereiro e eles não recebessem? Já
foram descontados três dias de janeiro, os quais serão devolvidos, mas, se
chegasse no fim do mês de fevereiro... E lá na nossa terra, em Belém Novo,
ainda se compra de caderno. Então, teria que pagar, e estava todo mundo
preocupado com isso. Ficou bem esclarecido que essa greve é um movimento que
vem vindo há muito tempo, já era para ter acontecido, talvez tenha acontecido
num bom momento, agora, e se tenha resolvido para sempre. Como disse o Ver.
Pedro Ruas, e eu também concordo, o transporte coletivo não será mais o mesmo
aqui.
Também eu queria falar sobre a Brigada Militar.
Naquele momento da greve, eu achei que a Brigada Militar deveria interferir,
Ver. Reginaldo Pujol, mas agora que vejo o fim da greve, dou graças a Deus que
ela não interferiu, porque nós poderíamos ter, Ver. Airto Ferronato,
acontecimentos lamentáveis, e até perdas de vida, talvez num piquete,
envolvendo chefes de famílias, Ver. Pedro Ruas. Se a Brigada interviesse
naquele momento, e eu achei que deveria, naquele momento... Hoje, eu dou graças
a Deus que não aconteceu de a Brigada intervir com a sua força, porque, quando
ela intervém com a força, acontecem coisas que não estão nas mãos deles de
acontecer, como a reação de um motorista, a reação de um cobrador, o que
poderia levar a uma tragédia.
Então, hoje faço a mea-culpa, como se diz, pois,
naquele momento, eu queria que a Brigada interviesse, mas, graças a Deus, ela
usou o bom-senso e não interveio. Então, hoje, se Deus quiser, termina a greve
num bom momento, os motoristas ganhando o reajuste que tem, neste momento, a
necessidade de ganhar. Ainda acho que não ficará justo, repito aqui, e digo
isso porque meu pai foi motorista de ônibus a vida toda, e eu sei o quanto eles
passam dificuldades ao dirigirem um ônibus. Professor Garcia, V. Exa. que mora
na Região Sul sabe que o nosso transporte coletivo até lá demora uma hora e 20
minutos, então o motorista e o cobrador sofrem muito, mas, se Deus quiser,
agora, com essa intermediação, hoje à tarde, os rodoviários decidam pelo fim da
greve. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador. O Ver. Pedro Ruas está com a
palavra.
O SR. PEDRO
RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, face ao fato público e notório de
que às 19h30min haverá uma assembleia geral dos rodoviários, requeiro o
adiamento da votação da Indicação nº 003/14, por uma Sessão.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Pedro
Ruas, o Requerimento de sua autoria. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Onze
Vereadores presentes. Não há quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 18h44min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às
18h44min.)
* * * * *